Mundo

EUA podem voltar a ser destino principal de exportações

Após perder a liderança para a China, os EUA poderão voltar a ser o principal destino das exportações brasileiras em poucos anos


	Importações e exportações: em janeiro, os embarques para os EUA já superaram os destinados ao país asiático
 (.)

Importações e exportações: em janeiro, os embarques para os EUA já superaram os destinados ao país asiático (.)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 18h12.

Washington - Depois de perder a liderança para a China em 2009, os Estados Unidos poderão voltar a ser o principal destino das exportações brasileiras em poucos anos, como resultado do coquetel que une queda no preço das commodities, crescimento da economia americana, perda de fôlego da locomotiva chinesa e desvalorização do real.

Em janeiro, os embarques para os EUA já superaram os destinados ao país asiático, que tiveram um tombo de 35%.

Se o resultado do mês passado se repetir ao longo do ano, os Estados Unidos poderão fechar 2015 à frente da China. Mas o mais provável é que isso ocorra dentro de dois a quatro anos, segundo projeção de Diane Santos, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

No ano passado, os EUA superaram a Argentina e se tornaram o principal destino de exportações de produtos manufaturados do Brasil, com embarques de US$ 15,1 bilhões.

Com a recuperação da economia americana e a queda do real no Brasil, esse movimento deve se acelerar em 2015. A previsão de Santos é que a exportação de produtos industriais para os EUA cresçam 6,8% neste ano.

Enquanto vendas para a China são dominadas por produtos básicos, os embarques para os Estados Unidos têm maior participação de bens manufaturados e semimanufaturados. Além de representarem maior valor agregado no mercado doméstico, as exportações industriais estão menos sujeitas às oscilação de preços internacionais que afetam as commodities.

Soja, minério de ferro e petróleo representaram 80% das vendas brasileiras à China no ano passado.

Os produtos manufaturados responderam por 54% dos embarques para os EUA no mesmo período, mostram dados da Funcex. A participação dos semimanufaturados foi de 21% e a dos básicos, de 25%.

Até os anos 2000, o mercado americano era líder absoluto no ranking dos maiores destinos das vendas brasileiras, com participação de 24% no início daquela década. A China aparecia em um distante 12º lugar e respondia por 2% dos embarques.

Nos anos seguintes, o espetacular crescimento do país asiático gerou o boom nas commodities, que elevou o preço de produtos como minério de ferro, o principal item da pauta brasileira na maior parte da década passada. A China ultrapassou os EUA em 2009 e, em 2014, foi o destino de 18% dos embarques nacionais. O mercado americano veio em seguida, com 12%.

"Os Estados Unidos são o único mercado do mundo que cresce continuamente", disse o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. Para ele, os EUA devem ser a prioridade do governo e dos exportadores brasileiros.

O ritmo do aumento das vendas para a maior economia do mundo neste deve ser limitado pela queda dos preços do petróleo e a expansão da produção de petróleo e gás nos EUA, avaliou Santos, da Funcex.

Desde 2006, o produto é o maior item na pauta de exportações para os Estados Unidos. No ano passado, as vendas de petróleo somaram US$ 3,4 bilhões e representaram 12,6% dos embarques ao país.

Em seguida vieram produtos manufaturados de ferro e aço (US$ 2,2 bilhões), aviões (US$ 1,93 bilhão), motores e turbinas para aviões (US$ 1,57 bilhão) e café em grão (US$ 1,2 bilhão).

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaComércio exteriorEstados Unidos (EUA)ExportaçõesPaíses ricos

Mais de Mundo

Israel afirma que não busca 'escalada ampla' após ataque a Beirute

Domo de Ferro, Arrow, C-Dome e Patriot: Conheça os sistemas de defesa aérea utilizados por Israel

Smartphones podem explodir em série como os pagers no Líbano?

ONU diz que risco de desintegração do Estado de Direito na Venezuela é muito alto