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EUA pedem melhor comunicação entre China e Japão

Japão e China precisam de estratégias de comunicação mais complexas se desejarem resolver uma disputa territorial, afirmou o vice-presidente americano


	Vice-presidente americano Joe Biden discursa em Washington: "Estados Unidos permanecerão inflexíveis em sua aliança com o Japão", declarou
 (Brendan Smialowski/AFP)

Vice-presidente americano Joe Biden discursa em Washington: "Estados Unidos permanecerão inflexíveis em sua aliança com o Japão", declarou (Brendan Smialowski/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2013 às 13h49.

Tóquio - Japão e China precisam de estratégias de comunicação mais complexas se desejarem resolver uma disputa territorial, afirmou o vice-presidente americano, Joe Biden durante uma visita a Tóquio, onde reafirmou o apoio incondicional de Washington aos japoneses.

"Os Estados Unidos permanecerão inflexíveis em sua aliança com o Japão", declarou Biden, em plena crise diplomática pela decisão de Pequim de declarar uma zona de defesa aérea na região.

"Permaneceremos inquebrantáveis em nosso compromisso de aliança", assegurou Biden, acompanhado pelo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

"Ao governo dos Estados Unidos interessa reduzir a tensão nesta importante região. Acredito que todos os países do nordeste da Ásia compartilham este interesse conosco", prosseguiu.

"Isto enfatiza a necessidade de que haja mecanismos de gestão de crise e canais de comunicação efetivos entre a China e o Japão para reduzir o risco de escalada da tensão", acrescentou Biden.

O vice-presidente americano afirmou ainda que espera expressar as preocupações de "maneira muito específica e diretamente" na quinta-feira aos líderes chineses.

Mais cedo, Biden afirmou que os Estados Unidos estavam "profundamente preocupado" com a zona de defesa aérea decretada por Pequim no Mar da China Oriental.

O governo japonês disse que acreditava que obteria o apoio americano em sua oposição a uma iniciativa que taxou de extremamente perigosa.


A China anunciou que defenderá seu direito de controlar os aviões que sobrevoam a zona definida, que inclui o arquipélago das Senkaku, controlado por Tóquio e exigido por Pequim sob o nome de Diaoyu. Alguns analistas temem que a disputa resulte em um confronto armado.

"Nós continuamos muito preocupados pelo anúncio de uma nova zona de defesa aérea", declarou Biden ao jornal Asahi Shimbun.

"Eu ratificarei a força de nossos compromissos de aliança e ressaltarei a importância de evitar ações que possam minar a paz, a segurança e a prosperidade na região", declarou Biden ao jornal.

O vice americano também visitará China e Coreia do Sul.

Abe tentava obter um apoio enérgico a sua posição de que a China se mostra agressiva e pouco razoável. Ele se sentiu apoiado quando bombardeiros americanos B-52 sobrevoaram a zona de defesa aérea chinesa poucos dias depois que foi anunciada.

"Nós confirmamos que não toleraremos a tentativa da China de mudar o status quo unilateralmente pela força e continuaremos trabalhando estreitamente para tratar a situação com base na forte aliança Estados Unidos-Japão", afirmou Abe.

Desde que as autoridades chinesas proclamaram esta zona de defesa aérea, onde querem que todos os aviões obedeçam as suas ordens sob penas de se exporem a medidas defensivas de emergência, foi criado um ambiente de grande nervosismo.

"A declaração da China de uma zona de identificação de defesa aérea é uma tentativa de mudar unilateralmente o status quo, que pode desencadear situações inesperadas e que é um ato extremamente perigoso", declarou aos jornalistas o porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, antes de uma reunião a portas fechadas de Biden com o primeiro-ministro Shinzo Abe.

"Japão e Estados Unidos compartilham a posição de que a zona de identificação de defesa aérea é inaceitável (...) Acredito que (Biden) se dirigirá à China para discutir vários temas, incluindo este, com sua compreensão da posição japonesa", acrescentou Suga.

Na quarta-feira, Biden viajará a Pequim, onde se reunirá com o presidente Xi Jinping.

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