A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, participa de reunião do Conselho de Segurança (Jewel Samad/AFP)
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2015 às 00h16.
Os Estados Unidos propuseram nesta sexta-feira ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas a imposição de novas sanções contra as autoridades do Sudão do Sul, em outro tentativa de pressionar o governo e a rebelião do jovem país, devastado por vinte meses de guerra civil.
A embaixadora de Estados Unidos, Samantha Power, informou que se trata de uma autoridade do governo e de um membro da rebelião, sem divulgar nomes, que serão submetidos ao Comitê de sanções do Conselho.
Segundo o acordo de paz assinado pelo presidente Salva Kiir e pelo líder rebelde Riek Machar, o cessar-fogo entraria em vigor no fim de semana passado, mas a luta continua no estado do Alto Nilo.
O texto pede que o embargo de armas tenha efeito a partir de domingo junto com a proibição de viajar e o congelamento dos ativos a "indivíduos, incluindo líderes políticos com altos cargos no governo do Sudão do Sul, assim como indivíduos ou entidades que violem os termos do cessar-fogo".
Diante desta situação, o Conselho de Segurança se diz disposto a implementar "as medidas apropriadas", incluindo "um embargo sobre as armas e sanções concretas" contra aqueles que violem o cessar-fogo, comentou o embaixador russo Vitali Tchurkin.
A missão da ONU no Sudão do Sul (Minuss) se encarregará de fazer cumprir o cessar-fogo, acrescentou o diplomata, cujo país acaba de assumir a presidência do Conselho para setembro.
O Conselho se reuniu nesta sexta-feira a portas fechadas para debater sobre os combates contínuos no Sudão do Sul, mas não foi indicado qualquer avanço após a reunião.
O Estado mais jovem do mundo proclamou sua independência em julho de 2011, após décadas de conflito contra Cartum. Em dezembro de 2013 eclodiram confrontos no interior do exército, alimentados pela rivalidade entre Kiir e Machar, que pertencem a duas etnias distintas.
O conflito, salpicado de massacres e atrocidades, resultou em dezenas de milhares de mortos e 2,2 milhões de deslocados no país de 11,74 milhões de habitantes.