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EUA: Pais imigrantes dizem ter sido enganados para aceitar deportações

Pais foram coagidos ou enganados por autoridades na fronteira com México a assinaram formulários aceitando serem deportados rapidamente sem seus filhos

Imigrantes: outros pais que eram analfabetos ou falavam somente línguas indígenas disseram não terem conseguido entender formulários quando estavam assinando (Daniel Becerril/Reuters)

Imigrantes: outros pais que eram analfabetos ou falavam somente línguas indígenas disseram não terem conseguido entender formulários quando estavam assinando (Daniel Becerril/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de julho de 2018 às 20h07.

Última atualização em 25 de julho de 2018 às 20h07.

Dezenas de pais imigrantes foram coagidos ou enganados por autoridades dos Estados Unidos na fronteira com o México a assinaram formulários aceitando serem deportados rapidamente sem seus filhos, disseram advogados nesta quarta-feira em documento judicial.

"Eles me mostraram um formulário e me disseram que eu precisava assinar o formulário para que pudesse reencontrar com meu filho", disse um solicitante a asilo hondurenho identificado somente como H.G.A. em testemunho apresentado na Corte Distrital dos EUA em San Diego.

Outros pais que eram analfabetos ou falavam somente línguas indígenas disseram não terem conseguido entender os formulários quando estavam assinando.

A advogada Sofia Reive disse em declaração que se encontrou no fim de semana com nove pais em uma lista fornecida pelo governo dos EUA de pais que haviam dispensado reencontrarem com seus filhos.

Todos os pais, disse Reive, "não tinham ideia de que haviam assinado um documento que abandonava quaisquer direitos de reencontrarem com os filhos".

A União Americana pelas Liberdades Civis apresentou afirmações de advogados que entrevistaram imigrantes e um relato de um imigrante para apoiar sua moção pedindo para o juiz distrital Dana Sabraw suspender deportações de pais por sete dias após seus filhos serem devolvidos a eles.

O grupo de direitos civis informou que o período é necessário para aconselhar pais sobre seus direitos e permitir que tenham tempo para considerar opções.

O Departamento de Justiça e o Departamento de Segurança Nacional dos EUA não responderam imediatamente pedidos de comentários sobre o documento judicial.

Advogados do governo disseram não acreditar que o tribunal possui jurisdição para emitir uma ordem adiando deportações. Eles também defenderam a maneira que o governo lidou com as reunificações até o momento, dizendo que a representação da ACLU do processo como caótico é inexata.

"Nós temos muitas razões para estarmos orgulhosos", disse Scott Stewart, um advogado do Departamento de Justiça dos EUA, ao juiz em tribunal na terça-feira.

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