Mundo

EUA negam que tortura tenha ajudado a encontrar Bin Laden

Segundo o governo norte-americano, os indícios que permitiram localizar Osama foram se acumulando "ao longo dos anos"

Conselheiro da Casa Branca para contraterrorismo, John Brennan: "Não obtivemos informação específica num momento particular que nos levou a Aboottabad" (Getty Images)

Conselheiro da Casa Branca para contraterrorismo, John Brennan: "Não obtivemos informação específica num momento particular que nos levou a Aboottabad" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 08h36.

Washington - Os indícios que permitiram localizar Osama bin Laden foram se acumulando "ao longo dos anos", e não através de interrogatórios violentos feitos com um preso em particular, insistiu nesta terça-feira o governo americano, ao mesmo tempo em que alguns de seus integrantes justificavam o uso da tortura.

"Não obtivemos informação específica num momento particular que nos levou a Aboottabad, são informações adquiridas ao longo dos anos", assegurou nesta terça-feira à CNN John Brennan, assessor do serviço de contraterrorismo da Casa Branca.

Desde o anúncio da morte do líder da Al-Qaeda, na noite de domingo, o próprio governo americano vinha apresentando os interrogatórios dos detidos como elementos centrais da operação.

O mensageiro através do qual foi possível chegar a Bin Laden teria sido um protegido do cérebro do 11 de setembro, Khaled Sheikh Mohammed, e um assistente de confiança de Abu Faraj al Libi, o número três da Al-Qaeda, capturado em 2005.

Michael Hayden, o ex-diretor da CIA sob a presidência de George W. Bush, estimou que o governo Obama utilizou informações obtidas de certos detidos "de grande importância" durante interrogatórios realizados em prisões secretas da CIA.

A administração Bush foi fortemente criticada pelas condições dadas a estes prisioneiros, alguns dos quais foram torturados. Desde que chegou à Casa Branca, Obama proibiu o uso da tortura e fechou as prisões secretas da CIA.

Mas, quando ex-autoridades da administração Bush tentam justificar a tortura como parte do sucesso obtido, Brennan não demonstra muito entusiasmo ao insistir que "houve um conjunto de informações provenientes de diversas fontes, entre elas alguns detidos".

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Osama bin LadenPaíses ricosPolíticosTerrorismoTerroristas

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia