Mundo

EUA nega que recebeu aviso de quando e como Irã atacaria Israel

Autoridades da Turquia, Jordânia e Iraque afirmaram no fim de semana que Teerã havia dado amplo aviso antes de atacar Israel com drones e mísseis

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (Eros Hoagland/Getty Images)

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos (Eros Hoagland/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 15 de abril de 2024 às 20h19.

Os Estados Unidos negaram que foram avisados previamente pelo Irã sobre ataque com mísseis e drones a Israel no último fim de semana, afirmou a Casa Branca nesta segunda-feira, 15.

Segundo o porta-voz de Segurança Nacional, John Kirby, houve comunicação entre Washington e Teerã antes do ataque, mas sem muitos detalhes. Kirby também afirmou que os relatos sugerindo que o Irã avisou os EUA sobre seus planos eram "categoricamente falsos".

— Israel hoje está em uma posição estratégica muito mais forte do que estava apenas alguns dias atrás. O programa de mísseis alardeado pelo Irã, algo que tem sido usado para ameaçar Israel e a região, provou ser muito menos eficaz. As defesas de Israel, por outro lado, provaram ser ainda melhores do que muitos haviam presumido há muito tempo — disse Kirby a repórteres. — Toda esta narrativa de que o Irã nos passou uma mensagem sobre o que iriam fazer é ridícula.

De acordo com a agência Reuters, autoridades da Turquia, Jordânia e Iraque afirmaram no fim de semana que o Irã deu amplo aviso antes de atacar Israel com drones e mísseis, numa retaliação pelo bombardeio atribuído ao Estado judeu de seu complexo diplomático na Síria. Por outro lado, autoridades dos EUA alegaram que o Irã não alertou Washington e buscava causar danos significativos.

Nesta segunda-feira, o Gabinete de guerra de Israel teve uma nova reunião para discutir o tom da resposta ao Irã, embora nenhuma decisão tenha sido tomada até agora. O comandante do Exército de Israel, Herzi Halevi, prometeu responder ao ataque, aumentando o temor de uma escalada regional do conflito que já atinge a Faixa de Gaza há mais de seis meses, e enquanto aliados, incluindo Washington, pressionam por uma moderação.

O presidente americano, Joe Biden, prometeu apoio "inabalável" a Israel, mas o instou a "pensar cuidadosa e estrategicamente" antes de lançar uma resposta contra o Irã que possa desencadear uma guerra mais ampla. O democrata declarou também estar "comprometido com a segurança de nosso pessoal e parceiros na região, incluindo o Iraque", disse enquanto recebia o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, no Salão Oval.

Outras autoridades internacionais também endossaram o pedido por contenção.

— Não apoiamos um ataque em represália — declarou nesta segunda-feira o chefe da diplomacia do Reino Unido, David Cameron, ao canal BBC.

Já o presidente francês, Emmanuel Macron, fez um apelo para que as partes evitem uma "conflagração", pedido compartilhado por grande parte da comunidade internacional.

Por sua vez, o Irã ainda mantém a posição de que seu ataque foi legítimo e que qualquer ação "temerária" terá uma resposta "muito mais forte", embora não esteja atrás de uma guerra com Israel, como afirmou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdollahian.

—Reitero que não buscamos aumentar as tensões na região, mas advertimos que, se bases americanas forem usadas ou o espaço aéreo de países da região for usado para atacar o Irã, não teríamos escolha senão visar as bases americanas nesses países — alertou, segundo a mídia estatal iraniana.

Acompanhe tudo sobre:Joe BidenGoverno BidenConflito árabe-israelenseIsraelIrãEstados Unidos (EUA)

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'