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EUA não fabricarão mais minas antipessoais

Estados Unidos anunciaram que não fabricarão mais minas antipessoais e que devem aderir ao tratado internacional que proíbe seu uso

Protesto de sobreviventes de minas em frente a Casa Branca (Joyce Naltchatan/AFP)

Protesto de sobreviventes de minas em frente a Casa Branca (Joyce Naltchatan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2014 às 14h14.

Washington - Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira que não produzirão mais minas antipessoais e que planejam aderir ao tratado internacional que proíbe seu uso.

"Hoje (sexta-feira) em uma conferência em Maputo, Moçambique, os Estados Unidos assumiram o desafio de declarar que não vão produzir ou adquirir mais minas antipessoais no futuro nem substituirão as reservas existentes quando elas acabarem", indicou a Casa Branca em um comunicado.

Os Estados Unidos recorreram a elas pela última vez durante a Guerra do Golfo de 1991.

Washington afirmou em 2009 que estava reconsiderando sua posição sobre a questão das minas antipessoais, mas não assinou a Convenção de Ottawa que proíbe seu uso, como também não assinaram Rússia e China.

As potências nucleares Índia e Paquistão também se negaram a assinar a Convenção de Ottawa. Os Estados Unidos são o único membro da Otan a não ter assinado a convenção, que entrou em vigor em 1999.

"Nossa delegação em Maputo esclareceu que estamos buscando soluções que (...) permitam aos Estados Unidos ter acesso à Convenção de Ottawa, o tratado que proíbe o uso, o armazenamento, a produção e a transferência de minas antipessoais", disse em um comunicado a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Caitlin Hayden.

Desde 1999, o número de vítimas (mortos e feridos) provocadas pelas minas antipessoais é cinco vezes menor, indicou no início deste ano a ONG Handicap International.

Além disso, o número de Estados que assinaram o acordo mais do que triplicou, de 45 para 161, e desde então 70 milhões de minas foram destruídas.

Hayden lembrou que os Estados Unidos entregaram 2,3 bilhões de dólares a mais de 90 países para programas de destruição de armas convencionais, entre elas as minas antipessoais.

De acordo com a Human Rights Watch, que comemorou com cautela o anúncio de Washington, o arsenal americano possui cerca de nove milhões de minas antipessoais.

"Os Estados Unidos finalmente saíram das sombras com sua intenção de aderir ao tratado de minas terrestres, e esperamos que avancem rapidamente", disse Steve Goose, responsável pelo armamento da organização.

No entanto, Howard "Buck" McKeon, presidente republicano da comissão das Forças Armadas da Câmara de Representantes, acusou Obama de estar mais interessado em brincar com as ideias do que em salvar vidas.

"É uma solução cara para um problema inexistente. O uso irresponsável de minas terrestres por outros países teve um alto preço humanitário, mas os Estados Unidos não são parte desse problema", considerou McKeon.

*Atualizada às 14h14 do dia 27/06/2014

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