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EUA: Mitt Romney é vaiado por organização afro-americana

O candidato foi vaiado por cerca de 25 segundos por entidade durante exposição do seu plano de governo

Mitt Romne: este foi o golpe mais duro desde o início da sua campanha, que discursou até este momento para audiências favoráveis
 (Win McNamee/Getty Images)

Mitt Romne: este foi o golpe mais duro desde o início da sua campanha, que discursou até este momento para audiências favoráveis (Win McNamee/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2012 às 20h04.

Washington - O candidato republicano, Mitt Romney, foi vaiado nesta quarta-feira durante a convenção da maior organização afro-americana dos Estados Unidos, ao propor a revogação da reforma do seguro de saúde de Barack Obama.

O multimilionário, que enfrentará o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos nas eleições presidenciais do dia 6 de novembro, foi vaiado por cerca de 25 segundos pela Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP).

Romney, que detalhava seu programa, acabava de dizer: "Vou eliminar todos os dispositivos caros e não essenciais que eu possa encontrar, o que inclui a 'Obamacare'" , apelido pejorativo da reforma do presidente Barack Obama.

Este foi o golpe mais duro desde o início da campanha de Romney, que discursou até este momento para audiências favoráveis.

Os eleitores negros, que majoritariamente apoiam Barack Obama, defendem a reforma da saúde, que prevê estender a cobertura da saúde para 32 milhões de americanos menos favorecidos. Esta reforma, promulgada em 2010, recebeu no final de junho o sinal verde do Supremo Tribunal.

Os republicanos, maioria na Câmara dos Deputados, agendaram para esta quarta-feira uma votação para abolir esta reforma, mas essa posição não tem chances de ser seguida pelo Senado, onde os democratas detêm a maioria.


Ao comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal, Romney considerou que a única maneira de revogar a reforma da saúde será vencer Obama em novembro. Ele assegurou que, se eleito, abolirá a lei em seu primeiro dia na Casa Branca.

Barack Obama não tem planos de participar da convenção da NAACP, que é realizada em Houston, Texas (sul), entre os dias 7 e 12 de julho, mas enviou o seu vice-presidente Joe Biden e seu ministro da Justiça, Eric Holder.

Durante a campanha presidencial de 2008, Obama e seu rival na época, John McCain, tomaram a palavra diante desta organização fundada em 1909. Obama também participou da mesma convenção no ano seguinte como presidente.

Para Romney, conquistar pelo menos uma parte do eleitorado negro pode ser crucial para vencer em estados estratégicos, como a Carolina do Norte (sudeste).

"Se eu não acreditasse que a minha política pudesse ajudar as famílias de cor - de todas as cores - (...) eu não seria candidato à Presidência", disse em seu discurso.

Romney reconheceu que as dificuldades econômicas afetam mais os negros nos Estados Unidos. "É pior para os afro-americanos em todos os níveis", disse. "Eu estou concorrendo para presidente porque sei que o meu programa político vai ajudar centenas de milhões de americanos da classe média de todas as raças", acrescentou.

O comitê de campanha de Obama refutou os argumentos de Romney, indicando em um comunicado difundido na manhã desta quarta-feira que "o discurso de Mitt Romney à NAACP seria incapaz de esconder o fato de que ele sempre se opôs as medidas que têm ajudado a comunidade negra americana".

Sobre isso, um porta-voz da equipe democrata, Danny Kanner, citou "o plano de estímulo (de 2009), o resgate do setor automotivo e o maior acesso aos cuidados de saúde", e afirmou que o programa econômico de Romney favorece, segundo ele, "os milionários e bilionários" à custa dos negros.

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