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EUA limitam informação compartilhada com Israel sobre Irã

Enquanto Barack Obama é partidário da negociação para chegar a um acordo com o Irã, o primeiro-ministro israelense quer impedir pacto


	Enquanto Barack Obama é partidário da negociação para chegar a um acordo com o Irã, o primeiro-ministro israelense quer impedir pacto
 (Saul Loeb/AFP)

Enquanto Barack Obama é partidário da negociação para chegar a um acordo com o Irã, o primeiro-ministro israelense quer impedir pacto (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2015 às 07h39.

Jerusalém - Os Estados Unidos começaram a limitar a quantidade e a qualidade da informação compartilhada com Israel sobre as atuais conversas que as potências mantêm com o Irã sobre seu programa nuclear, publicou nesta segunda-feira o diário "Ha"aretz".

Citando destacadas fontes oficiais envolvidas na questão, assinalou que os EUA consideram, aparentemente, que os dois países têm um conflito de interesses em relação à questão iraniana.

Enquanto o presidente americano, Barack Obama, é partidário da continuidade da negociação para chegar a um acordo com o Irã, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defende impedir um pacto que considera "ruim" enquanto o programa nuclear iraniano não for totalmente suspenso.

De acordo com "Ha"aretz", uma das principais razões para limitar a informação é o temor de vazamentos e que Netanyahu as utilize para fins políticos e tente sabotar as conversas entre o Irã e o Grupo 51.

Os EUA têm a impressão que, nas últimas semanas, a informação dada a Israel sobre o diálogo, como uma nova proposta do Irã sobre o número de centrífugas que pretende manter, terminou na imprensa israelense, no que parece uma tentativa de Netanyahu de desestabilizar as negociações, segundo o jornal.

Destacas fontes oficiais israelenses garantiram que os americanos continuam a deixar os israelenses cientes sobre a discussão, mas que a informação que passam é de "menor resolução".

O Canal 2 da televisão israelense também mencionou que tanto a Casa Branca como o Departamento de Estado rebaixaram de maneira considerável a comunicação com Israel sobre a questão.

Ambas as instituições americanas se apressaram a negar qualquer decisão nesse sentido e assinalaram que mantêm contatos regulares com os israelenses, embora não tenham detalhado sobre quais assuntos ou o grau de conteúdo da informação facilitada.

O Escritório do primeiro-ministro israelense afirmou que "a relação estratégica entre Israel e EUA continua sendo profunda, e como parte dos estreitos laços, esta semana o assessor de Segurança Nacional, Yossi Cohen, se reunirá com sua colega na Casa Branca, Susan Rice, e a vice-secretária de Estado, Wendy Sherman".

A suposta limitação na informação recebida por Israel é mais um ponto da tensão originada pelo discurso que Netanyahu deve pronunciar no Congresso americano em março, a convite dos republicanos, sobre a questão iraniana. 

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