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EUA orquestrou condenação de Israel na ONU, diz embaixador

"Temos evidências claras que vamos apresentar à nova administração americana através dos canais adequados", disse embaixador

Israel: "o que nos deixa indignados é que os Estados Unidos estavam realmente por trás do ocorrido", afirma (Arquivo/Wikimedia Commons)

Israel: "o que nos deixa indignados é que os Estados Unidos estavam realmente por trás do ocorrido", afirma (Arquivo/Wikimedia Commons)

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AFP

Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 15h43.

A Casa Branca orquestrou uma conspiração contra Israel na ONU semana passada, afirmou nesta segunda-feira (26) o embaixador de Israel em Washington, Ron Dermer, na mais recente demonstração das más relações atuais entre dois países que já foram aliados próximos.

Em entrevista à rede de televisão CNN, Dermer declarou que em seu devido tempo seu país exporá as provas que possui em relação às manobras americanas.

"O que nos deixa indignados é que os Estados Unidos estavam realmente por trás do ocorrido. Creio que foi um dia muito triste, realmente um capítulo vergonhoso", disse.

"Temos evidências claras que vamos apresentar à nova administração (americana) através dos canais adequados. E se quiserem compartilhá-las com a população dos Estados Unidos, estão livres para fazê-lo", acrescentou.

Dermer advertiu que seu governo está "profundamente decepcionado" com Washington por se abster de votar na sexta-feira passada (23) no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que aprovou uma resolução incitando Israel a "cessar imediatamente e completamente qualquer atividade de colonização em território palestino ocupado, inclusive em Jerusalém leste".

Pela primeira vez desde 1979, os Estados Unidos não vetaram uma resolução do órgão relacionada à colonização israelense, enquanto até o momento sempre havia apoiado Israel neste tema sensível. A abstenção tornou possível a aprovação do texto.

Dermer acusou a administração de Barack Obama de ter ajudado aos palestinos a "se livrarem de uma guerra diplomática e legal contra Israel".

"Essa resolução concedeu aos palestinos munições em sua guerra legal e diplomática contra Israel. E os Estados Unidos não apenas não impediram isso de acontecer como estiveram por trás" da medida, garantiu.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que substituirá Obama em 20 de janeiro e que prometeu durante sua campanha presidencial reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, constatou na semana passada que Washington deveria ter utilizado seu poder de veto para bloquear a resolução do Conselho de Segurança.

O futuro presidente elegeu como embaixador americano em Israel David Friedman, que declarou que Washington não exercerá pressão sobre Israel para limitar os assentamentos na Cisjordânia ocupada.

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