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EUA já cogitaram criar alternativa ao Canal de Suez com bombas nucleares

Memorando de 1963 traz detalhes sobre o plano de criar uma rota de navegação que passaria pelo deserto de Israel. Projeto foi abandonado

Canal de Suez: rota concentra 10% da economia global (Tim Martin/Getty Images)

Canal de Suez: rota concentra 10% da economia global (Tim Martin/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 28 de março de 2021 às 18h35.

Última atualização em 29 de março de 2021 às 13h31.

O bloqueio do Canal de Suezque gera prejuízos bilionários para a economia global – trouxe novamente à tona um plano que o governo americano tinha - e que foi abandonado - para criar uma alternativa para a rota da navegação. Um memorando de 1963 resgata a história que envolvia escavar um novo canal em Israel com o uso de mais de 500 bombas nucleares.

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Desclassificado em 1996, o memorando foi produzido pelo Laboratório Nacional Livermore, órgão que pertencia ao Departamento de Energia dos Estados Unidos. O documento foi resgatado pelo historiador Alex Wellerstein, que usou o Twitter para expor detalhes do plano americano.

Um dos trechos do documento informa que o novo canal, que conectaria o Mediterrâneo ao Golfo de Aqaba, abrindo acesso ao Mar Vermelho e ao Oceano Índico, “seria uma alternativa estrategicamente valiosa ao atual Canal de Suez e provavelmente contribuiria muito para o desenvolvimento econômico".

O estudo foi produzido enquanto Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos investigava o uso de "explosões nucleares pacíficas" como forma de desenterrar infraestrutura que pudesse a ser útil, conforme lembra uma reportagem da Forbes.

https://twitter.com/wellerstein/status/963433378098884608

O plano consistia no uso de 2 megatoneladas de explosivos nucleares para cada uma das 160 milhas de extensão que o canal teria. Nos cálculos de Wellerstein, isso significa o uso de 520 bombas nucleares ou 1,04 gigatonelada de explosivos.

Mas por que não escavar de maneira convencional? Uma questão de economia. A escavação de um canal pela região de Israel com métodos tradicionais seria muito cara. Na época, o laboratório atestou, por meio de uma investigação preliminar, que havia 130 milhas de “terreno baldio praticamente despovoado e, portanto, passíveis de métodos de escavação nuclear”.

O maior problema, segundo o próprio documento, seria a viabilidade política do projeto. Um dos trechos do memorando cita que “é provável que os países árabes que cercam Israel objetariam fortemente à construção de tal canal”.

O projeto permaneceu em caráter experimental e nunca foi pra frente, principalmente após novas descobertas dos efeitos nucleares após as explosões.

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