Agência de Notícias
Publicado em 22 de setembro de 2025 às 14h50.
O governo dos Estados Unidos instou nesta segunda-feira o Conselho de Segurança da ONU a aprovar uma nova missão de segurança para o Haiti, composta por 5.500 militares e com o mandato de combater as gangues.
O subsecretário de Estado americano, Christopher Landau, pediu que a resolução apresentada por seu país seja aprovada antes que expire o mandato da atual Missão Multinacional de Segurança (MSS), liderada pelo Quênia.
"É hora de agir, e os Estados Unidos solicitam a todos os nossos parceiros que se unam a nós para pressionar por esta resolução crítica antes que o mandato da missão MSS expire em 2 de outubro", declarou Landau em um evento com o presidente queniano, William Ruto, em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU.
Os Estados Unidos e o Panamá apresentaram uma resolução perante o Conselho de Segurança para estabelecer uma força de supressão de gangues mais ampla e um escritório de apoio da ONU no Haiti, com o respaldo do país caribenho e dos 32 membros da Organização dos Estados Americanos (OEA).
China e Rússia, ambos com poder de veto no Conselho de Segurança, expressaram suas reservas citando a oposição interna no Haiti ao intervencionismo estrangeiro.
A nova missão, assinalou Landau, "seria composta por mais de 5.500 militares, mais de cinco vezes o tamanho da missão MSS atual, e operaria sob um mandato autorizado pelo Capítulo VII da Carta das Nações Unidas", que regula o uso da força para restaurar a paz.
Sob este mandato, a força estaria autorizada a "combater proativamente as gangues e restabelecer a segurança no Haiti", acrescentou o subsecretário.
Landau fez um apelo aos Estados-membros da ONU para que apoiem a criação desta Força de Supressão de Gangues e forneçam "os recursos necessários" para estabilizar o país.
O subsecretário agradeceu ao Quênia por sua liderança na MSS, mas advertiu que esta missão carece de recursos e mandato suficientes para enfrentar a crise.
A MSS, iniciativa solicitada pelas autoridades haitianas, é liderada pelo Quênia, apoiada financeiramente pelos Estados Unidos e foi aprovada pelo Conselho de Segurança em 2023.
Esta missão, ativada em 2024, busca apoiar as forças de segurança haitianas em sua luta contra as gangues armadas que controlam cerca de 90% da capital Porto Príncipe e outras áreas do país, embora até agora não tenha alcançado resultados significativos.