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EUA insistem no rápido início de plano para zona do euro

Anteriormente, Obama havia afirmado que a Europa precisava finalizar os detalhes e iniciar 'de maneira completa e decisiva' seu acordo

Em palavras de Obama, a tarefa mais relevante do G20 'é resolver a crise da zona do euro' (David Ramos/Getty Images)

Em palavras de Obama, a tarefa mais relevante do G20 'é resolver a crise da zona do euro' (David Ramos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2011 às 13h37.

Cannes - Os Estados Unidos reafirmaram nesta quinta-feira a importância da Europa alinhar os detalhes de seu plano contra a crise da dívida e os colocar em prática o mais rápido possível para evitar o contágio causado pela situação grega.

Em Cannes para participar da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reuniu logo após sua chegada à cidade com os líderes das principais economias da zona do euro, o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel. Em palavras de Obama, a tarefa mais relevante do G20 'é resolver a crise da zona do euro'.

Obama ressaltou que é necessário iniciar o mais rápido possível o plano aprovado pelos países do euro na semana passada 'de maneira efetiva para garantir não só a estabilidade da zona do euro, mas do sistema financeiro'.

Anteriormente, após uma reunião com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, Obama havia afirmado que a Europa precisava finalizar os detalhes e iniciar 'de maneira completa e decisiva' seu acordo para enfrentar a crise da dívida.

A Casa Branca indicou que considera imprescindível aprimorar os detalhes sobre a capitalização dos bancos, o estabelecimento de um plano de combate que proteja os países mais ameaçados pelo contágio grego - Itália e Espanha - e o resgate da Grécia.

No momento em que começava a cúpula, imperava a incerteza sobre o futuro do Governo grego, cujo primeiro-ministro, Giorgos Papandreou, aceitou formar um Governo de união nacional com seu rival Antonis Samaras, como revelou uma emissora de TV local nesta quinta.

Papandreou anunciou na segunda-feira de surpresa que submeteria a referendo o acordo alcançado pelo Eurogrupo em 27 de outubro em Bruxelas para enfrentar a crise, uma decisão que consternou a Europa e derrubou as bolsas de valores no mundo inteiro.

O conselheiro adjunto de Segurança Nacional, Ben Rhodes, afirmou nesta quinta-feira que, aconteça o que acontecer na Grécia, 'os passos a serem dados são claros.

'A situação grega demonstra a necessidade de avançar rapidamente em direção ao início do plano, incluído uma proteção suficientemente robusta e eficaz para garantir que o problema não se estenda de um país para outro', avaliou Rhodes, em declarações à imprensa que acompanha Obama na cúpula.


Para os EUA, resolver a questão da crise da dívida e tranquilizar os mercados é uma questão de absoluta prioridade, diante dos efeitos que possa ter em sua própria economia, que a duras penas se recupera da maior recessão nos últimos 70 anos.

Em sua reunião com Sarkozy, Obama insistiu neste ponto. Já o mandatário francês destacou a importância dos dois líderes trabalharem juntos para 'alcançar a unidade do G20' na cúpula.

Conforme Sarkozy, os líderes estão de acordo que o mundo financeiro deve contribuir à resolução da crise. 'Acredito em encontrar uma análise comum para contribuir com o mundo das finanças, com o objetivo de alcançarmos uma resolução para a atual crise', declarou o presidente francês.

Os países europeus propuseram a criação de um imposto às transações financeiras, com o qual pretende combater a pobreza e reduzir o déficit, enquanto que os EUA rejeitam essa possibilidade e propõe taxar as grandes instituições.

Como indicou Rhodes, os EUA e a União Europeia estão de acordo que 'o setor financeiro tenha um papel importante', mas cada um deve tentar conseguir da maneira que acredita mais eficaz.

Obama chega à cúpula com uma missão delicada: pressionar os europeus para que tomem decisões rápidas, mas sem passar a impressão de quer dar uma lição, o que no passado causou grande desconforto entre os aliados do Velho Continente.

Para Rhodes, após a crise financeira nos EUA de 2008, seu Governo adquiriu 'uma quantidade significativa de experiência para resgatar o setor financeiro, e queremos compartilhar nosso conhecimento'. 

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