Mundo

EUA: influência do Irã dificulta luta antiterrorista na AL

O relatório considera que a atividade mais "alarmante" foi a suposta trama terrorista para atentar contra as embaixadas da Arábia Saudita e Israel em Washington

Mahmoud Ahmadinejad: a ameaça de um ataque terrorista internacional "permanece baixa" na maioria dos países da região (Mark Ralston/AFP)

Mahmoud Ahmadinejad: a ameaça de um ataque terrorista internacional "permanece baixa" na maioria dos países da região (Mark Ralston/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 15h34.

Washington - A "expansão" da influência do Irã na América Latina é o principal obstáculo à luta antiterrorista na região, segundo um relatório do Departamento de Estado dos Estados Unidos, divulgado nesta terça-feira, que volta a acusar a Venezuela de colaborar pouco nessa questão.

O relatório considera que a atividade mais "alarmante" foi a suposta trama terrorista que teria sido organizada pelo Irã para atentar contra as embaixadas da Arábia Saudita e Israel em Washington e assassinar o embaixador saudita, e que foi descoberta quando um dos suspeitos contatou no México um agente secreto dos EUA.

Considerada pelos EUA patrocinadora do terrorismo desde 1982, Cuba aparece novamente como o único país latino-americano na lista negra, enquanto a Venezuela continua "sem cooperar completamente" pelo sexto ano consecutivo, de acordo com o relatório anual sobre o terrorismo no mundo do Departamento de Estado.

Quanto a Cuba, o órgão afirma que o país "continua" abrigando membros do grupo separatista-terrorista ETA e prestou ajuda médica e assistência política a militantes da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Em relação à Venezuela, o relatório lembra que o Departamento do Tesouro americano impôs, em setembro de 2011, sanções econômicas a funcionários de alta categoria no governo do país, que foram acusados de dar apoio às Farc no tráfico de droga e armas.

A Venezuela "manteve sua cooperação econômica, financeira e diplomática com o Irã, assim como acordos militares", alega o relatório.


"Em geral, os governos da região tomaram medidas modestas para aumentar sua capacidade antiterrorista e reforçar a segurança nas fronteiras", destaca o Departamento de Estado.

No entanto, a lentidão indicaria que a corrupção, a fraqueza das instituições governamentais e a falta de recursos, entre outros problemas, "limitam os progressos".

A ameaça de um ataque terrorista internacional "permanece baixa" na maioria dos países da região.

Ainda segundo o relatório, quase todos os ataques terroristas em 2011 tiveram autoria das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN), também da Colômbia, assim como de outros grupos "radicais de esquerda".

Nesse contexto, o governo americano analisa que o número de ataques terroristas e vítimas na Colômbia "se elevou" em 2011, embora as autoridades desse país tenham dado fortes golpes às Farc como a morte de seu maior comandante, conhecido como "Alfonso Calo", em novembro.

O governo americano informa, ainda, que não há "células operacionais conhecidas" da milícia libanesa xiita Hezbollah nem da rede terrorista Al Qaeda na região, apesar de "simpatizantes ideológicos" seguirem prestando apoio a elas.

A área conhecida como Tríplice Fronteira, zona limítrofe entre Argentina, Paraguai e Brasil, continua sendo um importante polo regional de armas, drogas, tráfico de pessoas, falsificação e lavagem de dinheiro, todas "potenciais fontes de financiamento para as organizações terroristas", ressalta o relatório.

A respeito dos progressos na região, o Departamento de Estado americano insiste na cooperação com a Argentina, nos esforços antiterroristas do Brasil e do Chile, e no aumento da colaboração com o México para fazer cumprir a lei. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaÁsiaIrã - PaísTerrorismo

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA