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EUA imploram que não vazem mais dados sobre guerra

Washington - A Casa Branca "implorou" hoje à organização Wikileaks, que no domingo publicou mais de 90 mil documentos secretos sobre a guerra do Afeganistão, que não vaze o resto dos relatórios em seu poder. As vidas dos afegãos que colaboraram com as tropas americanas e a segurança nacional dos Estados Unidos ficam em perigo […]

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Washington - A Casa Branca "implorou" hoje à organização Wikileaks, que no domingo publicou mais de 90 mil documentos secretos sobre a guerra do Afeganistão, que não vaze o resto dos relatórios em seu poder.

As vidas dos afegãos que colaboraram com as tropas americanas e a segurança nacional dos Estados Unidos ficam em perigo com o vazamento dessas informações, afirmou hoje o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em entrevista concedida ao programa "Today", da cadeia "NBC".

Segundo Gibbs, o vazamento do domingo já colocou em perigo as vidas de afegãos que trabalham com as forças americanas nesse país.

Os talibãs, declarou o porta-voz, asseguraram que irão procurar as pessoas nomeadas nesses documentos para retaliação e a publicação dos cerca de 15 mil documentos adicionais que o criador do Wikileaks, Julian Assange, assegura que tem, só agravaria a situação.

A Casa Branca, declarou Gibbs, "só pode implorar à pessoa que tem os documentos que não os coloque mais na internet".

Desde a publicação dos documentos, em sua maior parte relatórios de campo dos soldados americanos, o Governo americano reiterou que as consequências do vazamento podem ser muito perigosas, já que se revelam nomes de fontes, identidades de soldados e métodos operacionais aos que os talibãs podem ter acesso com facilidade.


O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o almirante Mike Mullen, assegurou na quarta-feira que Assange poderia "já ter as mãos manchadas de sangue" de soldados americanos e de pessoal afegão.

O secretário de Defesa, Robert Gates declarou: "as consequências no campo de batalha destes documentos é potencialmente grave e perigosa para nossas tropas, nossos aliados, e parceiros afegãos e poderiam danificar nossas relações e reputação nessa parte chave do mundo".

O Pentágono abriu uma investigação junto ao FBI (polícia federal americana) para identificar à pessoa que passou os documentos para Assange.

Segundo o Pentágono, o principal suspeito é o analista de inteligência do Exército Bradley Manning, de 22 anos, que já se encontrava preso em uma base militar no Kuwait após outro vazamento em maio e que foi levado a outra prisão na Virgínia.

O Wikileaks publicou os documentos, que denunciam desde mortes de civis não divulgadas até a possível colaboração dos serviços secretos do Paquistão com os talibãs, sob o título "Diário da Guerra Afegã". Estes relatórios abrangem de janeiro de 2004 até 2010.

Ao mesmo tempo em que Gibbs efetuava hoje suas declarações, no Afeganistão se informava da morte de três soldados americanos, que eleva o número de baixas destas forças no país asiático para 66 este mês, o número mensal mais alto desde que a guerra começou em outubro de 2001. 

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