Mundo

EUA, França e Kuwait buscam conter crise envolvendo o Catar

Os presidentes Donald Trump e Emmanuel Macron fizeram ligações enquanto o emir do Kuwait tenta mediar a crise com visitas aos países envolvidos

Emmanuel Macron: os sauditas e os seus aliados consideram que o Catar tem que "mudar de política" (Etienne Laurent/Reuters)

Emmanuel Macron: os sauditas e os seus aliados consideram que o Catar tem que "mudar de política" (Etienne Laurent/Reuters)

A

AFP

Publicado em 8 de junho de 2017 às 10h09.

Os Estados Unidos, a França e o Kuwait intensificaram os esforços diplomáticos nas últimas horas para conter a crise sem precedentes no Golfo entre o Catar, acusado de apoiar o terrorismo, e a Arábia Saudita e seus aliados.

Os presidentes Donald Trump e Emmanuel Macron fizeram ligações enquanto o emir do Kuwait tenta mediar a crise com visitas à Arábia Saudita, aos Emirados Árabes Unidos e ao Catar.

Os sauditas e os seus aliados consideram que o Catar tem que "mudar de política" e seguir a mesma linha que os seus vizinhos a respeito dos movimentos islamitas radicais e em sua relação com o Irã, grande rival xiita do reino saudita, majoritariamente sunita.

"Esperamos que nossos irmãos do Catar tomem as medidas corretas para acabar com esta crise", disse o ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir.

Os Emirados Árabes Unidos mantêm uma posição extrema, qualificando as autoridades de Doha como "campeãs do extremismo e do terrorismo na região".

Segundo um responsável do alto escalão da região consultado pela AFP, a crise se explica pela "influência" que o antigo emir catariano Hamad bin Khalifa Al-Thani, de 65 anos, exerce sobre o seu filho, o xeque Tamim, de 37 anos, que chegou ao poder em 2013 depois da abdicação de seu pai.

O xeque Hamad conseguiu colocar o Catar no mapa local e internacional impulsionando o seu papel mediador em várias crises e aparecendo na linha de frente das revoltas árabes de 2011.

Resolver diferenças

A crise começou nesta semana quando Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Bahrein, Mauritânia e Maldivas decidiram romper as suas relações diplomáticas com o Catar e, no caso de alguns países, aplicar sanções econômicas e restrições no tráfego aéreo.

O presidente americano, Donald Trump, que apoiou a decisão de isolar o Catar, oferece agora a sua ajuda para sair da crise.

Em uma ligação com o xeque Tamim, Trump "propôs ajudar as partes a resolver suas diferenças, inclusive com uma reunião na Casa Branca se for necessário".

O presidente francês, Emmanuel Macron, se encontrou com o emir do Catar, com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, e com o rei Salman da Arábia Saudita, e convidou todas a partes a continuar dialogando.

Na quarta-feira, o emir do Kuwait, o xeque Sabah Al-Ahmad Al-Sabah, viajou ao Catar depois de ter se reunido com o rei saudita em uma tentativa de mediação.

O Catar nega todas as acusações e assegura que a crise é consequência das falsas declarações de seu emir sobre o Irã e a Irmandade Muçulmana, publicadas pela agência de notícias que, segundo as autoridades, foi hackeada.

Na quarta-feira, o ministro catariano do Interior publicou um relatório preliminar sobre a investigação do suposto ciberataque que teria começado em abril, mas não identificou os autores.

Acompanhe tudo sobre:Arábia SauditaCatarDiplomaciaDonald TrumpEmmanuel MacronEstados Unidos (EUA)FrançaKuwait

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia