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EUA: fracassa negociação sobre teto da dívida

Obama criticou os republicanos por não aceitar um "pacto extraordinariamente justo" e convocou os líderes do Congresso a novas negociações neste sábado

O anúncio alimenta as dúvidas sobre o destino dos esforços para aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos (Chip Somodevilla/Getty Images)

O anúncio alimenta as dúvidas sobre o destino dos esforços para aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos (Chip Somodevilla/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2011 às 09h45.

São Paulo - O presidente americano, Barack Obama, informou nesta sexta-feira que fracassaram as negociações de última hora com os republicanos para ampliar o limite da dívida e evitar um default.

Obama criticou os republicanos por não aceitar um "pacto extraordinariamente justo" e convocou os líderes do Congresso a novas negociações neste sábado, às 11H00 local (12H00 de Brasília).

O presidente americano falou em uma coletiva de imprensa improvisada após o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, anunciar que seu partido se retirava do diálogo com a Casa Branca para buscar uma saída para o problema da dívida, e que mais à frente trabalhará com o Senado para alcançar um acordo.

"Decidi pôr fim às negociações com a Casa Branca e começar as negociações com os líderes do Senado em um esforço para encontrar uma saída", disse Boehner em uma carta aos membros da Câmara.

Boehner destacou que o governo Obama insistiu em 400 bilhões a mais em receita adicional, o que significaria aumentar impostos".

O republicano se disse ainda "convencido" de que o país evitará o default, e culpou a Casa Branca pelo fracasso das negociações: "Quero ser muito claro, ninguém deseja a falta de pagamento dos compromissos do governo dos Estados Unidos. Estou convencido de que isto não ocorrerá".

O anúncio alimenta as dúvidas sobre o destino dos esforços para aumentar o limite da dívida dos Estados Unidos, de 14,3 trilhões de dólares, antes de 2 de agosto, quando o governo da nação mais rica do mundo ficará sem dinheiro para pagar suas contas.

"Basicamente o que havíamos oferecido ao presidente da Câmara Boehner foi mais de um trilhão de dólares em cortes ao gasto discrecional, tanto interno quanto de defesa", disse Obama a jornalistas.

"É difícil entender porque o presidente da Câmara Boehner rejeitaria este tipo de acordo e, francamente, há um monte de republicanos que perguntam porquê não poderia ser implementado".

Obama acrescentou que o povo americano está "farto" das posturas políticas, e disse que pretende "assinar uma extensão do limite da dívida até 2013". "Estou disposto a assumir esta responsabilidade".

Apesar do fracasso das negociações, o presidente destacou que está "certo" de que os EUA não descumprirão seus compromissos de dívida.

Washington chegou ao teto legal da dívida federal no dia 16 de maio, mas utilizou ajustes de contabilidade, assim como a arrecadação tributária maior que o esperado, para pagar suas dívidas e continuar operando até a data limite.

Desde meados de maio, a dívida federal americana, de 14,3 trilhões de dólares, alcançou o limite máximo autorizado.

O Tesouro americano advertiu que após 2 de agosto, a menos que o Congresso vote um aumento do teto legal da dívida, os Estados Unidos não poderão cumprir com seus compromissos e deverão cortar 40% de seus gastos de um dia para outro, uma situação perigosamente próxima à inadimplência.

Líderes financeiros e de negócios advertiram que o fracasso em elevar o teto da dívida americana pode ter repercussões negativas na economia mundial, enquanto Obama previu que um default poderia dar lugar a um "Armageddon" econômico.

Boehner e Obama discordaram em uma série de questões, mas um ponto chave no fracasso das negociações foi a pressão da Casa Branca para aumentar os impostos às grandes corporações e aos setores ricos, questão a qual os republicanos se opõem ferozmente.

"O acordo não foi alcançado, e nunca realmente esteve perto de ser fechado. Enfim, não pudemos conectar. Não por diferentes personalidades, mas devido às diferentes visões de nosso país", disse Boehner em sua carta à Câmara.

"O presidente é enfático de que os impostos precisam ser aumentados. Como antigo pequeno empresário, sei que aumentar os impostos destrói postos de trabalho", acrescentou o líder da Câmara.

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