Manifestante participa de protesto contra o filme "Inocência dos Muçulmanos", em 14 de setembro, em Jacarta (Bay Ismoyo/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2012 às 21h15.
Jacarta .- As delegações diplomáticas dos Estados Unidos na Indonésia permanecerão na sexta-feira fechadas diante do perigo de novas manifestações contra o polêmico filme que satiriza o profeta Maomé, informou hoje a Embaixada do país em Jacarta.
Os responsáveis diplomáticos informaram em comunicado que a Embaixada, assim como os consulados em Surabaia, Medan e Bali, permanecerão fechados ''por causa das potenciais manifestações que poderiam ocorrer'' e aconselhou a seus cidadãos evitar aglomerações ''que possam se tornar violentas''.
Nos últimos três dias se repetiram os protestos de grupos muçulmanos às portas da Embaixada americana em Jacarta para protestar contra o filme ''Inocência dos Muçulmanos'', rodado nos EUA e tachado de blasfemo e insultante a Maomé.
Na segunda-feira passada, pelo menos 11 agentes ficaram feridos quando tentavam dispersar com gás lacrimogêneo e canhões de água os manifestantes, que chegaram a jogar coquetéis molotov, enquanto os protestos se estenderam nos dias seguintes à cidade de Medan, na ilha de Sumatra.
O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, disse na terça-feira que proporá na ONU criar um protocolo internacional para proibir a blasfêmia após a violência suscitada pelo filme, que parodia a vida do fundador do Islã.
''O protocolo será proposto através da ONU. É preciso esclarecer que a liberdade de informação e expressão não pode violar ou prejudicar certas religiões'', afirmou o ministro do Interior, Djoko Suyanto, acrescentando que a liberdade sem limites é daninha.
''Não propomos que se limitem os direitos humanos relacionados à liberdade de expressão. No entanto, as pessoas não deveriam abusar da liberdade para provocar distúrbios ou vulnerar os direitos de outros'', apontou o ministro.
A difusão pela internet do filme, rodado com um baixo orçamento, suscitou na semana passada ataques contra as missões diplomáticas dos EUA no Egito e Líbia, onde morreram o embaixador americano Chris Stevens e outras três pessoas, e os protestos se estenderam por uma dezena de países desde o Oriente Médio até o Paquistão e Austrália.