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EUA exigem liberdade de americano detido na Venezuela há um ano

Holt, um missionário mórmon, viajou para a Venezuela no ano passado para casar-se com uma venezuelana e ajudá-la a tramitar o visto para os EUA

Venezuela: um ano após sua detenção, Holt segue à espera de julgamento (Marco Bello/Reuters)

Venezuela: um ano após sua detenção, Holt segue à espera de julgamento (Marco Bello/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de junho de 2017 às 21h44.

Washington - O jovem americano Josh Holt completou nesta sexta-feira um ano encarcerado na Venezuela por acusações que foram contestadas pelo governo dos Estados Unidos, vários legisladores e seus familiares, que pediram ao Executivo venezuelano que o liberte por razões "humanitárias" devido aos seus problemas de saúde.

Holt, um missionário mórmon de Utah de 25 anos, viajou para a Venezuela no ano passado para casar-se com uma venezuelana e ajudá-la a tramitar o visto para os EUA.

Foi detido pouco depois junto à sua esposa e acusado de ter armas em sua casa, segundo a imprensa americana.

Um ano após sua detenção, Holt segue à espera de julgamento e "não acredita que vá poder sair nunca" da prisão na qual se encontra detido, disse a mãe do jovem, Laurie Holt, em uma entrevista publicada hoje pelo "The Wall Street Journal".

"Acredito que está deprimido, que basicamente se rendeu", comentou a mãe de Holt, que afirmou que o seu filho perdeu 27 quilos na prisão e teve pneumonia, bronquite e uma infecção no sangue.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, pediu ontem ao governo de Nicolás Maduro que liberte Holt "imediatamente" por "razões humanitárias".

"O acesso consular e médico ao senhor Holt segue sendo lento e concedido forma reticente", lamentou Nauert em uma entrevista coletiva, na qual denunciou que os "problemas médicos" do preso pioraram "devido aos atrasos ou negação da ajuda adequada" por parte das autoridades venezuelanas.

"Os atrasos na hora de lhe proporcionar sequer uma audiência preliminar e de apresentar acusações formais trazem sérias dúvidas a respeito do mérito e da legalidade da sua detenção", acrescentou a porta-voz.

O governo americano expressou sua preocupação sobre o caso de Holt "aos níveis mais altos do governo venezuelano" por meio de "conversas privadas, dúzias de notas diplomáticas e comunicados públicos", destacou Nauert.

Já o senador republicano Orrin Hatch, que representa o estado de Utah, assegurou em um vídeo divulgado hoje nas redes sociais que o aniversário da detenção do jovem é "devastador", mas salientou que segue "ansiosamente implicado na luta pela sua liberdade".

Hatch reconheceu que a crise política na Venezuela complicou "as frágeis águas diplomáticas" do esforço para libertar Holt, ainda que tenha garantido que está em contato sobre esse tema com o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, e outros funcionários dos governos americano e venezuelano.

Segundo meios de comunicação americanos, Holt viajou para a Venezuela para casar-se em meados de junho do ano passado com Thamara, uma venezuelana que conheceu pela internet, e foi viver temporariamente com ela e suas duas filhas enquanto esperavam a emissão dos seus vistos para viajar aos EUA.

Duas semanas após seu casamento, as autoridades venezuelanas detiveram o casal em sua casa, e o então ministro de Interior e Justiça da Venezuela, Gustavo González López, disse na televisão que na operação policial tinham encontrado rifles, munição, uma granada e mapas detalhados de Caracas.

López relacionou a detenção de Holt com uma operação contra uma guerrilha paralimitar que tinha assassinado o politico chavista Omar Jesús Molina Marín, e disse que havia provas de que o americano poderia ter trabalhado com grupos criminosos para desestabilizar o governo de Maduro.

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