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EUA exige que ONU pressione Hamas e desista de pedir cessar-fogo

António Guterres não fala com o presidente dos EUA, Donald Trump, desde que o republicano venceu a eleição de novembro de 2024

António Guterres: secretário-geral da ONU não dialoga com o presidente dos EUA, Donald Trump (Fabrice COFFRINI/AFP)

António Guterres: secretário-geral da ONU não dialoga com o presidente dos EUA, Donald Trump (Fabrice COFFRINI/AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 21 de março de 2025 às 15h33.

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Os Estados Unidos exigiram nesta sexta-feira, 21, que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pressione o Hamas e abandone seus apelos por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, “que mostram uma equivalência contraproducente”, durante um discurso de sua representante interina no Conselho de Segurança, Dorothy Shea.

Guterres não fala com o presidente dos EUA, Donald Trump, desde que o republicano venceu a eleição de novembro de 2024, uma distância que lembra a de Guterres em relação ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que não retorna suas ligações desde outubro de 2023.

O discurso da representante americana mostrou como nunca o alinhamento absoluto de seu país com Israel, já que ela se permitiu até criticar como “um erro” a resolução 2334 de 2016 - aprovada com a abstenção dos EUA, em um caso excepcional -, um texto que definiu os assentamentos israelenses na Cisjordânia como “sem validade legal” e “flagrante violação do direito internacional”, e que é considerado uma das resoluções básicas sobre o conflito palestino.

Shea relembrou as palavras de Trump de que o Hamas deve libertar os reféns imediatamente “ou o inferno vai explodir”, e enfatizou: “Isso não é negociável. Os pilares da abordagem americana são firmes: estamos com Israel e defendemos a paz”, declarou.

A representante chegou ao ponto de elogiar “os esforços das Forças de Defesa de Israel para evitar danos aos civis”, depois que mais de 500 palestinos, metade deles mulheres e crianças, foram mortos nos últimos três dias.

Além disso, expressou seu apoio à campanha de Israel na Cisjordânia, que tem sido em grande parte violenta e, de certa forma, ofuscada pelos eventos na Faixa de Gaza.

“Com relação à Cisjordânia, os EUA apoiam os esforços das Forças de Defesa de Israel (FDI) e das forças de segurança da Autoridade Palestina para erradicar o extremismo violento em Jenin e Tulkarem”, declarou Shea.

“O futuro do Oriente Médio deve ser diferente. Novas ideias são necessárias para um futuro melhor tanto para israelenses quanto para palestinos”, concluiu.

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