Barack Obama e Hugo Chávez: "Esperamos que qualquer transição na Venezuela seja democrática, legal, constitucional e transparente", disse William Ostick. (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 16h13.
Washington - Os Estados Unidos evitaram nesta terça-feira se pronunciar sobre a controvérsia que vive a Venezuela à medida que se aproxima a data de posse do presidente Hugo Chávez e apenas pediu que seja garantido que o processo respeite a Constituição venezuelana.
"Esperamos que qualquer transição na Venezuela seja democrática, legal, constitucional e transparente", disse à Agência Efe o porta-voz para a América Latina do Departamento de Estado, William Ostick.
O porta-voz assegurou que a diplomacia americana não tem comentários por enquanto sobre o que pode envolver a provável ausência de Chávez em Caracas no dia 10, data prevista para a posse presidencial.
O presidente venezuelano se encontra internado em Cuba desde o passado 11 de dezembro, quando foi operado de um câncer situado na região pélvica e cujos detalhes não foram informados oficialmente.
O governo defende que a cerimônia de posse presidencial é um "formalismo" que o presidente pode cumprir posteriormente perante a Suprema Corte, baseando-se em que a Constituição prevê que em caso de "fato ocorrido" o líder possa jurar diante desse órgão em lugar da Assembleia Nacional.
Por sua vez, a oposição sustenta que o governo conclui seu período constitucional no dia 10 e a partir daí todas os membros do governo, incluído o vice-presidente, Nicolás Maduro, perdem seus cargos, e só o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, poderia assumir as funções de chefe de Estado.
A maior plataforma opositora do país enviou uma carta à Organização dos Estados Americanos (OEA) em que alerta quanto ao risco de "uma grave violação da ordem constitucional" se Cabello não assume a condução do país na próxima quinta-feira.
Fontes da OEA confirmaram hoje à Efe que o secretário-geral do organismo, José Miguel Insulza, que está no Chile, recebeu a carta, embora não tenham comentado sobre sua posição ou a da instituição perante a controvérsia. EFE