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EUA estão dispostos a fazer sua parte para resolver crise da dívida, diz Obama

Para ele, combater a crise é "muito importante" para os EUA, pois se a economia europeia sofrer redução fica "mais difícil criar postos de trabalho" em seu país

Por enquanto, nenhuma das decisões tomadas pelos líderes e as instituições da zona do euro conseguiu impedir o contágio da crise (Getty Images)

Por enquanto, nenhuma das decisões tomadas pelos líderes e as instituições da zona do euro conseguiu impedir o contágio da crise (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2011 às 19h47.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira que seu país "está disposto a fazer sua parte" para resolver a crise da dívida na zona do euro, atualmente a maior ameaça à recuperação econômica global.

Obama fez este pronunciamento ao término da cúpula anual Estados Unidos-União Europeia, realizada na Casa Branca e que teve como principal tema a crise econômica na Europa.

Segundo o presidente americano, combater a crise é "muito importante" para os EUA, pois se a economia europeia sofrer redução fica "mais difícil criar postos de trabalho" em seu país, o que é visto como o maior problema para Obama em sua corrida pela reeleição.

Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, declarou que apesar de a crise na zona do euro representar um problema que deve ser encarado com mais intensidade pelos europeus, a retração global não se deve exclusivamente à essa situação, e dessa forma outros países também devem tomar medidas.

A União Europeia e os EUA mantêm a relação econômica e comercial "mais forte do mundo", e portanto é necessário que ambos adotem "ações firmes para evitar preocupações de crescimento a curto prazo, assim como vulnerabilidades fiscais e financeiras", declarou o presidente do Conselho Europeu.

Já o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, expressou sua "completa confiança" que os líderes europeus farão o possível para pôr fim à crise.

O encontro, o primeiro no formato de cúpula desde o que foi realizado em novembro do ano passado em Lisboa, ocorre em meio a uma disputa dos governos europeus para devolver a calma e a confiança aos mercados.


Por enquanto, nenhuma das decisões tomadas pelos líderes e as instituições da zona do euro conseguiu impedir o contágio da crise, que começou na Grécia mas já chegou a economias muito maiores, como as de Itália e Espanha, e afeta toda a zona do euro.

Dentro de dez dias, os governantes dos 27 países da UE realizarão em Bruxelas um conselho no qual podem dar forma a um novo pacto fiscal, que é preparado com a máxima discrição pela chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e que endurecerá a disciplina orçamentária dentro da zona do euro.

Antes das declarações de Obama, Van Rompuy e Durão Barroso, a Casa Branca havia indicado a importância de que a Europa "atue com força e determinação" para combater a crise.

Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que "é muito importante que a Europa se movimente agora com força e determinação, especialmente com a chegada de novos governos a Itália, Grécia e Espanha".

Obama, Van Rompuy e Barroso abordaram, além da crise da dívida na eurozona, assuntos como o programa nuclear do Irã, a guerra no Afeganistão e os eventos no Oriente Médio e no Magrebe.

Segundo Obama, as duas partes garantiram que vão continuar mantendo a pressão" sobre o Irã para que o país islâmico cumpra os compromissos relativos a seu programa nuclear.

Os líderes também analisaram como apoiar melhor os processos de mudança no Oriente Médio, e discutiram a situação em Belarus, onde reivindicaram o retorno do estado de direito, e na Ucrânia, onde querem ver como evoluirá o processo de reformas.

Em comunicado conjunto ao término do encontro, que incluiu duas rodadas de conversas e um almoço de trabalho, os Estados Unidos e a União Europeia exigiram da Síria o fim imediato da violência por parte das forças governamentais e uma autorização para a entrada de observadores internacionais.

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