México: governo do país disse que aceitaria alguns destes imigrantes por razões humanitárias (Hannah McKay/Reuters)
Reuters
Publicado em 20 de dezembro de 2018 às 16h25.
Washington/Cidade do México - O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 20, uma grande mudança na política imigratória, dizendo que enviará imigrantes que não forem mexicanos de volta para o sul da fronteira enquanto seus pedidos de asilo são processados.
O governo do México disse que aceitaria alguns destes imigrantes por razões humanitárias, o que muitos verão como uma concessão ao governo do presidente dos EUA, Donald Trump.
"Estrangeiros tentando burlar o sistema para entrar em nosso país ilegalmente não conseguirão mais desaparecer nos Estados Unidos, onde muitos faltam às suas sessões no tribunal", disse a secretária de Segurança Interna, Kirstjen Nielsen, em um comunicado.
"Ao invés disso, eles esperarão pela decisão de uma corte de imigração enquanto estão no México".
Em resposta, o Ministério de Relações Exteriores mexicano ressaltou que ainda tem o direito de aceitar ou rejeitar a entrada de estrangeiros em seu território.
"O governo do México decidiu adotar as seguintes ações para beneficiar os imigrantes, em particular menores desacompanhados e acompanhados, e proteger os direitos daqueles que querem iniciar um processo de asilo nos Estados Unidos".
A chancelaria disse que as ações adotadas pelos governos mexicano e norte-americano não constituem um esquema de "terceiro país seguro" no qual imigrantes teriam que solicitar asilo nos EUA enquanto no México.
Defensores dos imigrantes e especialistas em direitos humanos rapidamente denunciaram a mudança política dos EUA como ilegal e que viola os direitos dos refugiados.
Em 24 de novembro Trump tuitou que os imigrantes na fronteira EUA-México ficarão neste segundo país até seus pedidos de asilo serem aprovados individualmente nos tribunais dos EUA.
O novo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, tomou posse em 1 de dezembro.
A chegada de vários milhares de centro-americanos à cidade fronteiriça mexicana de Tijuana cerca de um mês atrás levou Trump a mobilizar os militares para reforçarem a segurança na divisa e ao mesmo tempo a restringir os números de pedidos de asilo aceitos por dia.
As travessias ilegais na fronteira sul diminuíram dramaticamente desde o final dos anos 1970, mas nos últimos anos as solicitações de asilo dispararam e mais famílias centro-americanas e crianças desacompanhadas estão imigrando aos EUA.