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Biden enviará vacinas aprovadas nos EUA ao exterior pela primeira vez

O fornecimento incluirá pela primeira vez imunizantes que também vêm sendo usados dentro dos EUA, como as vacinas de Moderna, Pfizer e Johnson&Johnson

Biden: com 60% dos adultos vacinados, EUA vem sendo criticado por não compartilhar doses com o resto do mundo (Melina Mara/Bloomberg via/Getty Images)

Biden: com 60% dos adultos vacinados, EUA vem sendo criticado por não compartilhar doses com o resto do mundo (Melina Mara/Bloomberg via/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 17 de maio de 2021 às 14h55.

Última atualização em 17 de maio de 2021 às 18h37.

Os Estados Unidos vão exportar outras 20 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 a outros países ainda neste semestre.

A informação foi divulgada primeiro pela porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, que afirmou que as doses serão enviadas até o fim de junho. A notícia foi confirmada na sequência em pronunciamento do presidente americano, Joe Biden. 

O novo lote inclui doses de vacinas que tem sido usadas no próprio programa de vacinação do país, que usa as vacinas das farmacêuticas americanas Moderna, Pfizer e Johnson & Johnson (para esta última, é necessária apenas uma dose até a imunização completa).

Em abril, os EUA já haviam prometido enviar ao exterior 60 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, mas o imunizante que não está sendo usado no programa de vacinação do país -- embora seja fabricada nos EUA e tenha sido comprada pelo governo. Os EUA também já enviaram 4 milhões de doses da AstraZeneca a Canadá e México neste ano.

"Sabemos que a América não vai estar totalmente segura até que a pandemia esteja sob controle globalmente. Nenhum oceano é grande o suficiente, nenhum muro é alto o suficiente, para nos manter seguros", disse, citando o surgimento de novas variantes em outros países.

Biden diz que, portanto, nas próximas seis semanas, os EUA vão enviar ao exterior todas as 80 milhões de doses prometidas, com o total exportado chegando a 13% das vacinas americanas.

Biden não especificou quais países receberão as doses, mas disse que os EUA trabalhará com parceiros pelo mundo, incluindo a Covax, organização de distribuição de doses da Organização Mundial da Saúde e da Aliança Gavi, da qual o Brasil também faz parte. O democrata afirmou também que os EUA coordenará junto a outros países esforços para acelerar globalmente o combate à pandemia nas próximas semanas, e que espera trazer novidades na reunião do G7 em junho, marcada para acontecer no Reino Unido.

O presidente diz que os EUA querem "liderar o mundo" e ser o "arsenal de vacinas" global. Os EUA vêm sendo criticados por não compartilhar suas doses com o restante do mundo, em especial países em desenvolvimento, enquanto vacinam até mesmo crianças. Na outra ponta, países como China e Índia exportaram mais doses do que os EUA até agora.

Neste mês, o governo Biden também anunciou que passaria a apoiar na Organização Mundial do Comércio uma solução para quebra de patentes de vacinas contra o coronavírus, de modo a ampliar a produção em outros países.

Faltam americanos a serem vacinados

No pronunciamento desta segunda-feira, Biden também comemorou o fato de os casos de covid-19 estarem em queda em todos os 50 estados americanos pela primeira vez desde o começo da pandemia, mas voltou a dizer que é preciso que mais adultos se vacinem.

"Se os não vacinados se vacinarem, eles vão se proteger e proteger os outros não vacinados ao seu redor. Se não o fizerem, os estados com baixas taxa de vacinação talvez vejam as taxas [de contágio] subirem", disse. "Agora é a hora de tomar sua dose!", repetiu.

Com quase 60% da população adulta vacinada com ao menos a primeira dose (e 47% com a vacinação já completa), os EUA têm tido dificuldade em convencer o restante da população a se vacinar. Alguns estados já têm "sobra" de doses, e o país estendeu a vacinação também a crianças acima de 12 anos. 

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