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EUA enviam tropas militares para proteger campos de petróleo na Síria

Americanos tinham deixado a Síria, mas agora retornam como uma forma de manter a influência que tem na região

Síria: após saída dos americanos, país viveu conflito entre turcos e curdos (Ari Jalal/Reuters)

Síria: após saída dos americanos, país viveu conflito entre turcos e curdos (Ari Jalal/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de outubro de 2019 às 17h18.

Última atualização em 26 de outubro de 2019 às 17h29.

Os Estados Unidos enviaram neste sábado (26) novas forças militares à Síria para reforçar a segurança dos campos de petróleo no leste do país, segundo dois oficiais, que falaram com a agência de notícias Dow Jones.

No início deste mês, o presidente norte-americano, Donald Trump, havia decidido retirar a maior parte de suas tropas no norte do país, na fronteira com a Turquia.

O movimento de retorno das tropas para posições na Síria reflete o desejo de Washington de preservar sua influência na região, dado que forças russas e sírias também haviam rumado para essas posições preenchendo o vazio nas áreas antes ocupadas pelos norte-americanos.

 

Imagens de um comboio de militares dos EUA entrando na Síria pela fronteira com o Iraque foram divulgadas pelo canal de notícias curdo Rudaw. Residentes do nordeste da Síria também postaram vídeos na internet mostrando um comboio de veículos armados identificados com a bandeira norte-americana que teria acabado de entrar no país vindo do Iraque. Não havia tanques nas imagens, que não puderam ser verificadas independentemente.

"Começamos a reforçar nossas posições na região de Deir Ezzour, em conjunto com nossos parceiros das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), com ativos militares adicionais para evitar que os campos de petróleo caiam novamente nas mãos do Estado Islâmico ou outros atores desestabilizadores", disse um oficial do Departamento de Defesa dos EUA. O oficial não especificou o número de militares envolvidos na ação, alegando a segurança da operação.

Dias atrás, os EUA deram início a uma retirada do nordeste da Síria, após Trump abruptamente ordenar o retorno da maioria dos mil soldados norte-americanos presentes na região. A retirada norte-americana abriu caminho para uma operação militar da Turquia contra os militantes curdos que haviam se unido aos norte-americanos no combate contra o Estado Islâmico, provocando fortes críticas de aliados dos EUA.

Na sexta-feira, o secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, confirmou que os EUA planejavam enviar soldados e veículos armados de volta a Síria para guardar os campos de petróleo detidos pelos curdos. Caso continue, a movimentação dos EUA na direção das instalações de petróleo marcaria uma mudança significativa nos objetivos da presença militar americana na Síria. Sua missão, que inicialmente era a de eliminar os membros remanescentes do Estado Islâmico na região, passaria a ser a de garantir a segurança das instalações de petróleo contra o Estado Islâmico e outros oponentes. Fonte: Dow Jones Newswires.

"Banditismo"

A Rússia criticou duramente a decisão dos Estados Unidos de enviar veículos armados e tropas de combate para o leste da Síria para proteger campos de petróleo, e ainda chamou o movimento de "banditismo".

"O que Washington está fazendo agora, a apreensão e controle de campos de petróleo no leste da Síria sob controle armado, é, simplesmente, banditismo internacional", declarou hoje o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov.

"Todos os depósitos de hidrocarbonetos e outros minerais localizados em território da Síria não pertencem aos terroristas do Estado Islâmico e nem mesmo aos 'defensores americanos dos terroristas do EI', mas exclusivamente à República Árabe da Síria", acrescentou o porta-voz.

"A causa real dessa ação ilegal dos EUA na Síria está bem distante dos ideais que Washington tem proclamado e dos slogans de combate ao terrorismo", disse Konashenkov.

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