Estado Islâmico: as relíquias iraquianas foram tomadas pelas forças especiais norte-americanas (AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2015 às 09h59.
Bagdá - O governo dos Estados Unidos devolveu ao Iraque nesta quarta-feira antiguidades que disse ter apreendido em um ataque a combatentes do Estado Islâmico na Síria, e afirmou que as obras são a prova de que os militantes estão financiando sua guerra com o contrabando de tesouros antigos.
As relíquias iraquianas foram tomadas pelas forças especiais norte-americanas em uma operação em maio contra um comandante do Estado Islâmico conhecido como Abu Sayyaf.
Elas abrangem selos cilíndricos antigos, cerâmicas, braceletes metálicos e outras joias, e cacos do que parecia ser um vaso colorido. As peças também incluem moedas islâmicas.
O Estado Islâmico, grupo sunita radical, saqueou alguns dos maiores sítios arqueológicos no norte do Iraque e postou vídeos de combatentes destruindo monumentos pré-islâmicos, que eles desprezam por considerarem que são objetos de adoração.
As autoridades iraquianas têm sido incapazes de verificar a extensão dos danos nos locais sob controle do Estado Islâmico, mas disseram que as imagens da destruição foram divulgadas em parte para desviar a atenção do fato de que o Estado Islâmico está contrabandeando antiguidades para levantar dinheiro.
"Esta é a primeira evidência tangível de que o Daesh está vendendo artefatos para financiar suas atividades", afirmou o embaixador norte-americano Stuart Jones, referindo-se ao Estado Islâmico por seu acrônimo em árabe.
"Seu objetivo é vender essas antiguidades no mercado negro mundial", disse ele a jornalistas no Museu Nacional de Bagdá, onde os itens foram entregues.
O comandante do Estado Islâmico Abu Sayyaf, que morreu no ataque, foi descrito por autoridades dos EUA na época como o responsável do grupo pela venda de petróleo e gás.
Ele foi morto a sudeste da cidade de Deir al-Zor, perto dos principais campos de petróleo da Síria, e a cerca de 100 quilômetros da fronteira Síria-Iraque, território que o Estado Islâmico declarou ser seu "califado".