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EUA e Ucrânia avançam em acordo de paz na guerra contra Rússia

Reuniões discutiram nova versão do plano de 28 pontos enquanto ataques atingem Kharkiv

Marco Rubio e Andriy Yermak em Genebra: autoridades detalham avanços nas negociações sobre o fim da guerra. (Fabrice COFFRINI / AFP)

Marco Rubio e Andriy Yermak em Genebra: autoridades detalham avanços nas negociações sobre o fim da guerra. (Fabrice COFFRINI / AFP)

Publicado em 24 de novembro de 2025 às 07h22.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou nesta segunda-feira, 24, que as conversas realizadas em Genebra com representantes dos Estados Unidos geraram “passos importantes” para um possível acordo de paz.

Em conferência virtual transmitida a partir da Suécia, ele afirmou que a equipe ucraniana conseguiu incluir “pontos extremamente delicados” na nova rodada de negociações. Segundo Zelensky, alcançar uma paz real ainda exige avanços adicionais.

As discussões se concentraram no plano americano de 28 pontos, elaborado para encerrar o conflito que já dura quase quatro anos após a invasão russa. Autoridades dos Estados Unidos e da Ucrânia afirmaram que a reunião examinou uma versão revisada do documento.

Revisão do plano e posição de Washington

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que houve “progresso enorme” e disse que as questões pendentes “não são insuperáveis”, embora ainda demandem tempo para serem resolvidas. Rubio também disse que os russos “terão voz no assunto” em alguma etapa do processo.

O presidente americano, Donald Trump, havia estabelecido o dia 27 de novembro como prazo para que Kiev respondesse à proposta. No entanto, Rubio indicou que existe alguma flexibilidade no calendário.

“Queremos que isto seja feito o mais rápido possível. Obviamente, gostaríamos que fosse na quinta-feira”, afirmou. Segundo autoridades dos dois países, a versão atualizada do plano reflete “a maioria das prioridades” da Ucrânia.

Em comunicado conjunto divulgado após as reuniões, Estados Unidos e Ucrânia afirmaram ter redigido “uma nova versão, refinada”, reforçando que qualquer acordo futuro deve “respeitar plenamente a soberania da Ucrânia”. A Casa Branca destacou que as conversas têm sido “construtivas, centradas no objetivo e respeitosas”.

Zelensky disse no domingo que está “pessoalmente” agradecido a Trump, após o presidente americano acusar líderes ucranianos de falta de gratidão pelos esforços diplomáticos de Washington. “Os líderes ucranianos expressaram zero gratidão pelos nossos esforços”, escreveu Trump em sua rede Truth Social.

Reações e pressão militar

A versão inicial do plano foi bem recebida pelo presidente russo, Vladimir Putin, ao incluir demandas históricas de Moscou, como a cessão de territórios ucranianos, a redução do Exército do país e a desistência de ingressar na Otan. Em contrapartida, previa garantias de segurança ocidentais para evitar novos ataques.

Enquanto as negociações avançam, as forças russas realizaram novos ataques à cidade de Kharkiv. Quatro pessoas morreram e 17 ficaram feridas. O prefeito Igor Terekhov disse que a ofensiva atingiu áreas civis e prédios residenciais, classificando o cenário como “horrível”.

Movimentação europeia e próximos passos

Em Genebra, delegações americana, ucraniana e europeia multiplicaram reuniões paralelas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia precisa ter um “papel central” na construção de um plano de paz. Já o chanceler alemão, Friedrich Merz, considerou improvável que um acordo seja alcançado até 27 de novembro, embora tenha afirmado ter apresentado uma proposta que permitiria “ao menos um primeiro passo na quinta-feira”.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, avaliou que não é necessário elaborar uma “contraproposta completa” ao plano americano neste momento.

O presidente americano, Donald Trump, discutiu por telefone com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a importância de coordenação entre aliados “neste momento crítico”, segundo o governo britânico.

Uma reunião entre os líderes da União Europeia e o presidente francês, Emmanuel Macron, estava prevista para esta segunda-feira. Para terça-feira, está programada uma videoconferência entre os países que apoiam Kiev.

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