Mundo

EUA e Rússia intensificam esforços para cessar-fogo sírio

O presidente Obama e seu colega russo devem conversar nos próximo dias, depois que Washington anunciou ter chegado a um acordo provisório sobre uma trégua


	Síria: na véspera, 120 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas na série de atentados na Síria reivindicados pelo grupo EI
 (Bassam Khabieh / Reuters)

Síria: na véspera, 120 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas na série de atentados na Síria reivindicados pelo grupo EI (Bassam Khabieh / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 11h34.

Estados Unidos e Rússia prosseguiam nesta segunda-feira em busca de um cessar-fogo na Síria, no dia seguinte aos atentados mais violentos registrados em cinco anos de conflito naquele país.

O presidente Barack Obama e seu colega russo devem conversar nos próximo dias, depois que Washington anunciou ter chegado a um acordo provisório sobre uma trégua iminente.

Na véspera, 120 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas na série de atentados na Síria reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.

Os atentados aconteceram 5 km ao sul de Damasco, em Sayeda Zeina, próximo a um santuário xiita onde está o mausoléu de uma neta de Maomé.

Mais cedo, na cidade de Homs, outros atentados provocaram mais mortes.

Um dos ataques do EI, de confissão sunita, visou a um bairro alauita, uma comunidade surgida do xiismo, à qual pertence o presidente sírio, Bashar al Assad.

O grupo radical Estado Islâmico (EI) reivindicou em diferentes comunicados todos os atentados do domingo.

O emissário da ONU na Síria, Staffan de Mistura, condenou com veemência os atentados cometidos em Homs e perto de Damasco, segundo um comunicado de seu porta-voz.

A chancelaria russa também condenou os atentados com bomba cometidos na Síria durante o fim de semana afirmando pretendem prejudicar as negociações de paz.

"Com seus crimes atrozes, os extremistas procuram assustar a população civil, frustrar as gestões para o fim da violência e do derramamento de sangue, assim como as tentativas encaminhadas de obter uma solução política duradoura da crise em benefício de todos os sírios", afirma um comunicado do governo da Rússia.

Contudo, os Estados Unidos anunciaram um acordo com a Rússia sobre os termos de um cessar-fogo.

O secretário de Estado americano, John Kerry, que conversou por telefone com o contraparte russo, Serguei Lavrov, disse em Amã ter chegado a "um acordo provisório a princípio sobre os termos de uma suspensão das hostilidades, que poderia entrar em vigor nos próximos dias".

"Ainda não está fechado e prevejo que o presidente (americano, Barack) Obama e o presidente (russo, Vladimir) Putin podem se falar nos próximos dias para tentar concluir este trabalho", acrescentou.

A trégua acertada, apadrinhada por Moscou e Washington e que devia entrar em vigor na sexta-feira passada, foi ignorada por completo.

O acordo também visa a preparar o caminho para retomar as conversações de paz que fracassaram no início do mês em Genebra.

As negociações devem ser retomadas no próximo dia 25, mas o emissário da ONU para a Síria afirmou que esta data já não é realista.

No terreno, as tropas de Assad conseguiram importantes avanços desde o início das incursões aéreas russas, com combates particularmente violentos na província de Aleppo.

Mas seus esforços para tomar Aleppo sofreram um revés nesta segunda.

O EI e outros grupos jihadistas cortaram um rota vital que unia o oeste com outros territórios controlados pelo governo.

Se as forças de governo não conseguirem retomar o controle dessa rota, isso poderá frear sua ofensiva na região.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosRússiaSíria

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'