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EUA e Irã retomam negociação nuclear

O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, reiniciaram as conversações

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 14h14.

Lausane - Estados Unidos e Irã retomaram nesta terça-feira, na Suíça, suas difíceis negociações sobre o programa nuclear iraniano, com reduzidas possibilidades de se obter um acordo político antes do final do mês.

O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, reiniciaram as conversações.

Os dois ministros se encontraram no início da manhã em um palácio de Lausanne, como já haviam feito na segunda-feira.

Os dois eram acompanhados pelo secretário de Energia dos Estados Unidos, Ernest Moniz, e pelo diretor da Organização Iraniana da Energia Atômica (OIEA), Ali Akbar Salehi.

Durante uma suspensão das negociações, Salehi afirmou à televisão pública de seu país que o Irã "entrou em acordo sobre 90% das questões técnicas em suas discussões com Moniz".

Ele acrescentou que persistem "divergências sobre apenas um tema principal".

A possibilidade de se alcançar um acordo sobre o programa nuclear de Teerã antes da data limite de 31 de março ainda é incerta, apesar das intensas negociações de segunda-feira entre Kerry e Zarif.

Os dois, cujos países romperam relações diplomáticas há 35 anos, estiveram reunidos com seus respectivos colaboradores durante cinco horas.

A reunião de segunda terminou com uma conversa em caráter privado entre Kerry e Zarif, dois homens que demonstram certa afinidade, alimentada por meses de contatos e negociações.

"O Irã ainda tem que tomar decisões muito difíceis e que se impõem para responder às importantes preocupações que persistem sobre seu programa nuclear", explicou um diplomata americano que pediu para não ser identificado.

"Continuamos com a esperança de poder fechar (um acordo), mas, francamente, não sabemos se conseguiremos", insistiu o funcionário, que não mencionou nenhum avanço nas conversas, às quais qualificou como uma "montanha russa".

Após 12 anos de tensão internacional e 18 meses de intensas conversações, o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) e o Irã têm prazo até 31 de março para alcançar um acordo político que garanta para além de toda a dúvida a natureza pacífica do programa nuclear iraniano.

Em troca destas garantias, o Irã obteria a suspensão das sanções internacionais que afetam gravemente à sua economia.

Zarif afirmou que foram mencionadas "muitas questões", inclusive algumas possíveis sanções aos 47 senadores americanos que questionaram publicamente em uma carta a legalidade de um eventual acordo com o Irã.

"Queremos conhecer a posição do governo sobre este tema", acrescentou Zarif.

"Com respeito a algumas questões, estamos mais perto de uma solução (...), mas para outras, nossos pontos de vista são muito diferentes", acrescentou o ministro iraniano, destacando que as conversações se estenderão até a sexta-feira.

A respeito de um acordo com o Irã, a administração de Barack Obama mantém uma disputa com o Congresso, dominado pela oposição republicana em ambas as Casas, para convencer os legisladores a não aprovarem a chamada lei Corker-Menendez. Se for aprovada, a legislação obrigará o presidente a submeter ao Congresso qualquer acordo sobre o Irã.

Durante 60 dias, o Congresso teria a poder de submeter o acordo a uma votação para impedir sua entrada em vigor.

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