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EUA e Índia se reúnem para tentar superar diferenças

O encontro entre Trump e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ocorre hoje com o intuito de firmar uma boa relação e uma aliança entre os países

Narendra Modi: a visita do premiê terá duração de dois dias (Vladimir Smirnov/TASS/Host Photo Agency/Pool/Reuters)

Narendra Modi: a visita do premiê terá duração de dois dias (Vladimir Smirnov/TASS/Host Photo Agency/Pool/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de junho de 2017 às 11h44.

Donald Trump e Narendra Modi se reúnem nesta segunda-feira pela primeira vez com a intenção de estabelecer uma boa relação e uma aliança entre Estados Unidos e Índia, apesar de suas diferenças em termos de imigração e mudanças climáticas.

O encontro na Casa Branca permitirá ao primeiro-ministro indiano saber em primeira mão qual é a estratégia em termos de política externa do presidente americano para a Ásia em função das poucas pistas que deu desde o início de seu mandato.

Modi insiste "na convergência de interesses e valores" que compartilham as duas maiores democracias do mundo. Neste sentido, enfatiza que seu país e seus 1,3 bilhão de habitantes têm muito que conversar com os Estados Unidos quanto à questão de emprego, um tema delicado para Trump.

"A transformação da Índia representa inumeráveis oportunidades comerciais e de investimento para as empresas estrangeiras", enfatizou Modi em um artigo que saiu nesta segunda no Wall Street Journal, recordando que os intercâmbios comerciais entre os dois Estados alcançam os 115 bilhões de dólares por ano.

O governante indiano já se reuniu no domingo com executivos de grandes empresas americanas, como Apple, Microsoft e Google, com o objetivo de aproximar suas posições.

A visita de Modi terá duração de dois dias.

As relações entre Índia e Estados Unidos foram boas durante os dois mandatos de Barack Obama, mas a chegada de Trump à Casa Branca provocou grandes divergências sobre o comércio e a concessão de vistos para indianos.

A mudança climática é outro ponto importante de discordância. Trump acusou a Índia de ter se beneficiado com o Acordo de Paris, no momento em que anunciou a saída americana do pacto há algumas semanas, o que Nova Délhi negou de modo veemente.

Apesar das divergências, o presidente americano celebrou no sábado no Twitter ter a oportunidade de "discutir temas importantes com um verdadeiro amigo".

Modi respondeu com um agradecimento pela "recepção calorosa".

A reunião entre os dois permitirá a Modi sondar o potencial interesse de Trump por seu país, já que o republicano demonstrou até agora muita preocupação com a China, rival da Índia.

Entre os principais temas que devem ser abordados está a segurança regional. O governo americano pretende enviar mais 5.000 soldados ao Afeganistão, além de ter dado sinais de que deseja endurecer a relação com o Paquistão.

Trump e Modi, um nacionalista hindu, "se apresentam como 'outsiders', prometeram empregos e garantiram que queriam que seus países fossem (de novo) respeitados", comentou Tanvi Madan, da Brookings Institution.

Além disso, os dois desconfiam dos meios de comunicação e são adeptos das redes sociais, as quais usam para se dirigir diretamente a seus cidadãos: Trump tem mais de 32 milhões de seguidores no Twitter e Modi outros 31 milhões.

Por ora, não está prevista uma coletiva de imprensa conjunta após sua reunião, apenas um jantar de gala na Casa Branca.

Esta decisão, que contrasta com o procedimento habitual de outras visitas de Estado, pode ter como motivação evitar perguntas incômodas sobre o caso da suposta interferência russa nas eleições presidenciais americanas, que persegue Trump desde o início de seu mandato.

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