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EUA e Cuba estão otimistas sobre compensação econômica

"As conversas tiveram mais substância" do que na primeira reunião, realizada em dezembro, disse hoje uma alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA


	Estados Unidos e Cuba: "as conversas tiveram mais substância" do que na primeira reunião, realizada em dezembro, disse hoje uma alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Estados Unidos e Cuba: "as conversas tiveram mais substância" do que na primeira reunião, realizada em dezembro, disse hoje uma alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA (Ueslei Marcelino / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2016 às 15h20.

Washington - Estados Unidos e Cuba se mostraram nesta sexta-feira otimistas sobre o avanço do processo para manter negociações sobre as compensações econômicas que são exigidas mutuamente, embora ainda estejam nos "períodos iniciais" de um dos temas mais espinhosos na normalização das relações bilaterais.

Delegações de ambos países mantiveram nesta quinta-feira em Washington a segunda reunião sobre compensações econômicas pelos bens naturalizados a americanos após a Revolução Cubana e os danos reivindicados por Cuba derivados do embargo.

"As conversas tiveram mais substância" do que na primeira reunião, realizada em Havana em dezembro, disse hoje a jornalistas uma alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA, que pediu anonimato.

"A delegação americana indicou seu desejo de resolver as reivindicações de compensação o mais rápido possível, e que estaríamos dispostos a dedicar uma quantidade notável de tempo e energia para chegar a uma resolução", acrescentou a fonte, que reconheceu, no entanto, que é "muito difícil" prever quanto durará a negociação.

Por sua vez, a Chancelaria cubana afirmou em comunicado que na reunião ambos os lados seguiram trocando "informações sobre as reivindicações de ambos Estados, em particular seus antecedentes, características e bases jurídicas legais, com o objetivo de preparar o processo de negociação sobre este tema".

"Os representantes de ambos governos reconheceram a importância e utilidade de continuar com estes intercâmbios", ressaltou o governo cubano.

A fonte americana reconheceu hoje que a quantia reivindicada por Cuba é muito superior à exigida pelos Estados Unidos, mas garantiu que isso não permite antecipar como terminará o processo, porque "ainda não foi decidido" o método de negociação.

Além disso, as exigências relacionadas com o embargo comercial a Cuba são uma "situação única" e praticamente "sem precedentes" nas negociações sobre compensação econômica que os Estados Unidos manteve no passado com outros países, indicou a funcionária.

"Não está claro que há uma situação absolutamente comparável" nos casos resolvidos pelos EUA com outras nações, afirmou.

Os Estados Unidos reivindicam a Cuba mais de US$ 1,9 bilhão em compensações a americanos cujas propriedades na ilha foram desapropriadas nas décadas de 1950 e 1960, segundo o que foi decidido há algum tempo pela Comissão de Liquidação de Reivindicações no Exterior (FCSC, por seu sigla em inglês).

Os EUA também exigem cerca de US$ 2,2 bilhões em decisões judiciais de tribunais americanos que Cuba não acatou, além de "entre US$ 100 e 200 milhões" por "interesses mineiros" que o governo americano tinha na ilha, explicou a fonte.

Esses números são pequenos perante o que Cuba reivindica. Há 15 anos, os números eram de US$ 121 bilhões pelos danos econômicos contra a ilha e de US$ 181 bilhões pelos danos humanos, números que o governo cubano quer atualizar e que poderiam ser mais altos.

Além disso, Cuba reivindica compensação por seus ativos financeiros bloqueados pelas sanções, embora ainda "não haja um número claro" sobre quanto exige, segundo a funcionária americana. 

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