H.R. McMaster: Coreia do Norte e os Estados Unidos encenaram na última semana uma escalada de tensão no campo dialético (Jonathan Ernst/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de agosto de 2017 às 08h58.
Seul - Os principais assessores em matéria de segurança da Coreia do Sul e dos Estados Unidos concordaram nesta sexta-feira que dialogarão antes de tomar qualquer atitude em relação à crise atual com a Coreia do Norte, o que sugere que Washington consultaria Seul antes de um eventual ataque preventivo.
Em uma conversa telefônica de cerca de 40 minutos, Chung Eui-yong e H.R. McMaster trataram "das atuais condições de segurança na Península (Coreana) geradas pelas provocações da Coreia do Norte e a escalada de tensão, bem como maneiras de enfrentar estas ameaças", afirmou o escritório presidencial sul-coreano em um comunicado.
"As duas partes reiteraram seu compromisso de cooperar de maneira estreita e transparente sobre os passos a serem dados em cada momento para garantir a segurança da Coreia do Sul e dos Estados Unidos e de suas respectivas populações", acrescentou a presidência sul-coreana no texto.
A Coreia do Norte e os Estados Unidos encenaram na última semana uma escalada de tensão no campo dialético.
O presidente americano Donald Trump disse na terça-feira que a Coreia do Norte "vai se deparar com fúria e fogo jamais vistos no mundo" se não deixar de ameaçar o seu país, após as últimas sanções impostas pela ONU ao regime norte-coreano como punição pelos lançamentos de mísseis.
O regime de Kim Jong-un respondeu dando detalhes de um plano para bombardear a ilha de Guam, em cujas bases americanas estão estacionados os bombardeiros estratégicos que o Pentágono envia regularmente à Península Coreana e que na última terça-feira voltaram a voar próximo da Coreia do Norte.
Na sequência, Trump disse na quarta-feira que, se Kim Jong-un ordenasse um ataque contra a ilha de Guam, teria como resposta "uma ação jamais vista por alguém na Coreia do Norte".
Os testes contínuos de armas realizados pela Coreia do Norte desde o início do ano aumentaram enormemente a tensão na península e Washington endureceu sua retórica, com o governo Trump insinuando em várias ocasiões a possibilidade de realizar um ataque preventivo contra o regime comunista.
Esta última possibilidade preocupa muito a Coreia do Sul e o Japão, onde uma resposta de Pyongyang a um ataque poderia custar muitas vidas.