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EUA e Colômbia buscam 'melhorar' combate às drogas em meio à tensão entre Trump e Petro

Encontro entre Petro e representante americano em Bogotá ocorre após troca de acusações com Trump e incerteza sobre novas medidas econômicas

Agência o Globo
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Publicado em 21 de outubro de 2025 às 14h16.

Última atualização em 21 de outubro de 2025 às 14h55.

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o principal representante diplomático dos Estados Unidos em Bogotá, John McNamara, concordaram em “melhorar” as estratégias conjuntas de combate ao narcotráfico, em uma reunião realizada na noite de segunda-feira.

O encontro ocorreu após uma escalada de tensões entre o líder colombiano e o presidente americano, Donald Trump, que chamou Petro de “líder do narcotráfico” e ameaçou suspender o apoio econômico e impor tarifas às exportações colombianas devido à alta produção de drogas.

Segundo comunicado da Chancelaria colombiana, divulgado nesta terça-feira, 21, a conversa buscou “resolver o atual impasse nas relações bilaterais” e reafirmar o compromisso de ambos os países com uma “cooperação coordenada” na luta antidrogas. A reunião contou também com a presença do embaixador colombiano em Washington e terminou sem declarações à imprensa.

"É desejável que esses esforços continuem sendo realizados de forma conjunta com os Estados Unidos" diz o comunicado.

Embora o encontro tenha mostrado que os canais diplomáticos seguem abertos, o clima em Bogotá continua tenso. Trump não confirmou nem descartou a aplicação das novas tarifas anunciadas no fim de semana. Os Estados Unidos, segundo o El País, são destino de 26% das exportações do país andino e sua principal fonte de investimento estrangeiro e ajuda em segurança.

"Em relação à questão das tarifas, o encarregado de negócios deixou claro que essa é uma decisão que cabe exclusivamente ao presidente Trump", acrescentou a Chancelaria.

Trump, Petro e Maduro

Em entrevista ao jornalista colombiano Daniel Coronell, Petro disse que pedirá explicações formais ao governo americano e destacou que “não deveria haver tarifas porque existe um acordo de livre-comércio entre os dois países”. A Colômbia, que recebeu mais de US$ 740 milhões (R$ 3,10 bilhões, na cotação atual) em assistência de Washington em 2023, já convocou seu embaixador para consultas, com Petro chamando Trump de "grosseiro e ignorante".

Nos últimos dois meses, o republicano ordenou uma demonstração de força no Caribe e pelo menos sete ataques contra embarcações que acusa de transportar drogas para os EUA — um dos quais, segundo Petro, teria atingido um barco pesqueiro colombiano “presumivelmente em águas nacionais”. Trump reagiu chamando o presidente colombiano de “narcotraficante” e ameaçou “fechar os cultivos de coca à força”, o que o governo de Bogotá interpretou como uma “ameaça de invasão”.

Petro, por sua vez, tem mantido uma relação delicada com a Venezuela de Maduro, cuja reeleição contestada em 2024 provocou o êxodo de milhares de refugiados. Apesar de manter relações diplomáticas com Caracas, o colombiano evitou comparecer à posse de Maduro e defende uma solução política negociada.

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