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EUA e China estão dispostos a 'cooperar' diante da crise climática

Em nota, os dois países dizem estar "esperando ansiosamente" pela cúpula ambiental virtual organizada pelo presidente americano Joe Biden

EUA e China: é esperado que Washington em breve implemente tarifas sobre mais 16 bilhões de dólares em bens chineses (Hyungwon Kang/Reuters)

EUA e China: é esperado que Washington em breve implemente tarifas sobre mais 16 bilhões de dólares em bens chineses (Hyungwon Kang/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de abril de 2021 às 12h01.

Estados Unidos e China se comprometem a "cooperar" no urgente problema das mudanças climáticas - garantem os dois países em um comunicado conjunto divulgado no sábado, 17, após uma visita a Xangai do enviado dos EUA para o clima, John Kerry.

Ambos os países "estão comprometidos a cooperar entre si e com outros países para enfrentar a crise climática com a seriedade e a urgência que ela exige", afirma o comunicado, assinado por Kerry e pelo enviado especial da China para mudanças climáticas, Xie Zhenhua.

Na nota, os dois países dizem estar "esperando ansiosamente" pela cúpula ambiental virtual organizada pelo presidente americano Joe Biden, nas próximas quinta e sexta-feiras.

"Esperamos que participe", disse Kerry a jornalistas na Coreia do Sul, neste domingo (18). "É claro que cada país tomará suas próprias decisões", acrescentou. "Não buscamos forçar ninguém. Buscamos cooperação".

O presidente democrata convidou 40 líderes mundiais para esta reunião de rara magnitude para um presidente no poder há apenas três meses.

Linha comum

A administração americana abrirá a reunião, revelando o que anunciou como um novo plano de ambiciosos objetivos para a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa.

Enquanto isso, exibe uma linha comum com seu grande rival chinês.

A nota conjunta listou vários caminhos para a cooperação entre Estados Unidos e China, as duas maiores economias do mundo, que juntas respondem por quase metade das emissões de gases causadores do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas.

No comunicado, as potências manifestam "o fortalecimento de suas respectivas ações e a cooperação em processos multilaterais, incluindo a Convenção-Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas e o Acordo de Paris".

Segundo a declaração de sábado, Washington e Pequim "têm a intenção de desenvolver" suas estratégias de longo prazo para atingir a neutralidade de carbono.

Para o curto prazo, entre as medidas estão o fortalecimento dos "investimentos e do financiamento internacionais", com o objetivo de apoiar a transição para a energia verde nos países em desenvolvimento, assim como a eliminação gradual da produção e do consumo de hidrofluorocarbonos, gases usados principalmente em refrigeração, ares-condicionados e aerossóis.

Kerry, ex-secretário de Estado americano, foi o primeiro funcionário do governo do presidente Joe Biden a visitar a China, o que amplia a esperança de que as duas partes possam trabalhar juntas nesse desafio global, apesar do aumento das tensões em outras frentes.

Os principais pontos de atrito são a política chinesa em Hong Kong e o tratamento dos uigures na região de Xinjiang. Ambos geraram críticas dos EUA a Pequim, que as denuncia como tentativas de ingerência em seus assuntos internos. A lista inclui ainda a guerra e a questão de Taiwan.

Biden tem feito do combate às mudanças climáticas uma prioridade, virando a página de seu antecessor Donald Trump, intimamente alinhado com a indústria de combustíveis fósseis.

O presidente americano reincorporou o país ao Acordo de Paris de 2015, negociado por Kerry quando era secretário de Estado, e se comprometeu com as nações a tomar medidas para manter os aumentos de temperatura em no máximo 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

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