John Kerry (d), secretário de Estado dos EUA, e Wang Yi, primeiro-ministro da China: ambos concordaram na necessidade de uma resolução obrigatória, disse fonte (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2013 às 14h42.
Nova York - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e o primeiro-ministro da China, Wang Yi, concordaram nesta quinta-feira na necessidade de que a resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o desarmamento químico na Síria deve ser firme e "vinculativo", informou um alto funcionário do Departamento de Estado, que pediu anonimato.
"Ambos concordaram firmemente na necessidade de uma resolução obrigatória, vinculativa, dentro do Conselho de Segurança das Nações Unidas... Ambos consideraram que é importante que o Conselho atue com rapidez e que a (organização para a proibição das armas químicas) OPCW também tenha essa agilidade", disse.
Kerry e Wang se reuniram em particular durante uma hora em um hotel nova-iorquino paralelamente a 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas, e abordaram assuntos como o conflito na Síria, o programa nuclear do Irã, a desnuclearização da Coreia do Norte, os direitos humanos na China e assuntos relacionados com americanos nesse país, revelou a fonte.
Os dois diplomatas querem se aprofundar sobre os obstáculos que dificultam a elaboração do texto da resolução contra a Síria e se China apoiará a versão final, ao indicar que o encontro de hoje foi uma "sessão de estratégia" e não de negociação.
Por outra parte, Kerry e Wang concordaram que é "importante que o Irã responda de forma positiva" às propostas sobre seu programa nuclear apresentadas no chamado grupo P5+1, composto pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais a Alemanha.
Também reafirmaram o "firme compromisso" dos Estados Unidos e da China na desnuclearização da Coreia do Norte e em continuar cooperando para enviar uma "clara" mensagem ao governo de Pyongyang que "não tem nenhuma alternativa à desnuclearização".
O propósito destas negociações, enfatizou o funcionário, é "pôr fim ao programa nuclear norte-coreano em sua totalidade, e nenhum (Kerry e Wang) está interessado negociar".
Os dois chanceleres discutiram "explicitamente" o assunto das sanções, com a ideia de persuadir a Coreia do Norte a abandonar seu programa nuclear.
Sobre a situação de direitos humanos na China, Kerry encorajou as autoridades chinesas a impedir a concessão de vistos para jornalistas estrangeiros para que possam "cobrir livremente" os fatos no país, contou a fonte.
Kerry e Wang já tiveram vários contatos, pessoalmente e por telefone, e "claramente sabem como lidar um com o outro", disse o funcionário.