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EUA e aliados promovem conflitos em outros países, diz Fidel

Fidel Castro acusou os Estados Unidos e seus aliados de promover conflitos em outros países, comparando declarações da Otan com de porta-vozes nazistas


	Fidel Castro: o mundo "não conhece uma trégua nos últimos anos", disse
 (Jorge Rey/Getty Images)

Fidel Castro: o mundo "não conhece uma trégua nos últimos anos", disse (Jorge Rey/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 11h10.

Havana - O líder cubano Fidel Castro acusou nesta segunda-feira os Estados Unidos e seus aliados de promover conflitos em países terceiros, comparando o estilo das declarações dos porta-vozes da Otan com os da (Schutzstaffel) "SS nazista".

"O império de Hitler, inspirado na cobiça, passou à história sem mais glória que o encorajo apresentado aos governos burgueses e agressivos da Otan, que os transforma no bobos da Europa", afirmou Fidel em um novo artigo publicado hoje no jornal estatal "Granma", intitulado "Triunfarão as ideias justas ou triunfará o desastre".

No artigo em questão, Fidel também se refere ao euro, que, segundo ele, "em breve se transformará, como o dólar, em papel molhado", ou seja, dependente do iuane e do rublo perante "a pujante economia chinesa, estreitamente unida ao enorme potencial econômico e técnico da Rússia".

Em relação à postura do governo americano, Fidel questiona se, em vez de promover conflitos, "não seria preferível lutar por introduzir mais alimentos, construir hospitais e escolas para os bilhões de seres humanos que os necessitam desesperadamente".

Segundo o líder cubano, o mundo "não conhece uma trégua nos últimos anos, particularmente desde que a Comunidade Econômica Europeia, sob a direção ferrenha e incondicional dos Estados Unidos, considerou que havia que ajustar contas com as duas únicas nações inspiradas nas ideias de Marx", ou seja, Rússia e Cuba.

"Temos um adversário bastante poderoso como o é nosso vizinho mais próximo: Estados Unidos. Advertimos que resistiríamos ao bloqueio, embora implicasse um custo muito elevado para nosso país. Não há pior preço que capitular perante um inimigo que, sem direito, te agredi", relatou.

Fidel diz que, no início do século XX, Cuba era uma "propriedade política e econômica" dos Estados Unidos, que possuía "abundantes terras, as maiores usinas açucareiras, as minas, os bancos e até a prerrogativa de imprimir dinheiro"; enquanto não era permitido produzir grãos suficientes para alimentar à população.

"Quando a URSS se desintegrou e desapareceu o campo socialista, seguimos resistindo e juntos, o Estado e o povo revolucionário, prosseguimos nossa marcha independente", destacou Fidel no texto.

O líder da Revolução cubana lembra o papel da União Soviética no contexto histórico mundial, como o primeiro exemplo de revolução socialista, que "realizou a proeza de pôr fim à ordem colonial e imperialista imposto ao mundo pela Europa e Estados Unidos"."Criou uma união capaz de agrupar seus recursos e compartilhar sua tecnologia com grande número de nações frágeis e menos desenvolvidas, vítimas inevitáveis da exploração colonial", afirmou.

Ao longo do artigo, Fidel também se refere ao senador republicano John McCain, acusado de mentiroso por dizer que havia cubanos assessorando guerrilheiros do Vietnã. Neste aspecto, o líder cubano também qualificou o político americano de cínico, por ser o "aliado mais incondicional de Israel nos emaranhados da Mossad".

"McCain participou junto a esse serviço na criação do Estado Islâmico que se apoderou de uma parte considerável e vital do Iraque e de um terço do território da Síria", completou.

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