Mundo

EUA: doadores anônimos da campanha presidencial serão revelados

Doadores anônimos por trás dos sombrios "Super PACs" que definiram a corrida presidencial republicana de 2012 serão finalmente expostos

Os grupos têm até meia-noite para entregar seus registros à Comissão Eleitoral Federal (Roberto Gonzalez/Getty Images/AFP)

Os grupos têm até meia-noite para entregar seus registros à Comissão Eleitoral Federal (Roberto Gonzalez/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 21h52.

Washington - Doadores anônimos por trás dos sombrios "Super PACs" que definiram a corrida presidencial republicana de 2012 ao financiar uma grande quantidade de propagandas de ataque serão finalmente expostos nesta terça-feira, prazo final para divulgação de seus relatórios financeiros.

Os PACs, ou Comitês de Ação Política, calculados em 302 grupos até o dia 31 de janeiro, de acordo com a Comissão Eleitoral Federal (CEF), gastaram coletivamente 44,9 milhões de dólares. Até agora, eles estavam atuando como doadores desconhecidos, trabalhando para apoiar candidatos ao lançar cáusticos ataques a seus rivais.

Os grupos têm até meia-noite para entregar seus registros à Comissão Eleitoral Federal. Um dos mais conhecidos atores entregou seus registros financeiros na segunda-feira - o grupo do comediante Stephen Colbert "Americanos por um amanhã melhor", destinado a aplicar todo o financiamento na política, revelou que eles arrecadaram uma quantia de 1,02 milhão de dólares, a maior parte em pequenas doações.

Alguns banqueiros ricos já são conhecidos pelo nome - o magnata de cassinos dos EUA, Sheldon Adelson, doou cerca de 10 milhões de dólares até agora para o grupo que apoia Newt Gingrich, chamado "Conquistando nosso futuro", acusando o rival Mitt Romney de ser uma opção fraca para a nomeação republicana.

O grupo pró-Romney, com um nome otimista semelhante, "Restaurar nosso futuro", também tem usado as ondas sonoras da Flórida, antes da importante primária desta terça-feira, usando milhões doados por anônimos para atacar Gingrich, lembrando aos eleitores do que chamam de "falhas éticas e morais do passado" do rival.

O PAC que apoia Romney gastou cerca de 8 milhões de dólares para transmitir suas propagandas em 13.500 pontos na mídia de Iowa, Carolina do Sul, Flórida, Arizona e Michigan, de acordo com um estudo realizado pela Wesleyan Media Project.

Os super PACs, seguindo regras recentes da Suprema Corte, podem arrecadar e gastar fundos ilimitados sem estar sujeitos aos limites impostos a candidatos individuais.

A influência deles cresceu nessas eleições se comparada com a de 2008, com um aumento de mais de 1600% em anúncios patrocinados por grupos de interesse e tem sido considerada responsável pelas mudanças nos estados que votaram até agora, mais do que os esforços dos candidatos em debates.

O grupo de apoio a Romney "Restaurar nosso futuro" está na lista principal, tendo arrecadado 12,231 milhões de dólares até agora nessas eleições, de acordo com os dados do Center for Response Politics postados no site OpenSecrets.org. Bem atrás está o "Endosse a Liberdade" que apoia Paul, gastando apenas 3 milhões de dólares até agora e o grupo de apoio a Santorum "Vermelho, Branco e Azul", com menos de 2 milhões de dólares em despesas.

Ao entregar seus registros financeiros à FEC, Colbert fez um comentário sarcástico ao processo ao apontar que os eleitores dos estados que já votaram na corrida republicana poderiam ter se beneficiado dessas informações antes de ir às urnas.

"É um grande dia para a transparência porque amanhã os eleitores de Iowa, New Hampshire, Carolina do Sul e Flórida finalmente vão ter a informação que seria útil antes de eles votarem", disse a estrela do programa Colbert Report no Comedy Central.

Acompanhe tudo sobre:Eleições americanasEstados Unidos (EUA)Países ricos

Mais de Mundo

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

Colômbia suspende diálogo com ELN após ataque a base militar