Venezuela: os Estados Unidos não reconhecem o pedido de saída do bloco feito pelo governo Maduro (Manaure Quintero/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de abril de 2019 às 15h38.
Washington — O embaixador dos Estados Unidos na Organização de Estados Americanos (OEA), Carlos Trujillo, afirmou nesta segunda-feira que fará o possível para que Gustavo Tarre seja reconhecido como representante da Venezuela na instituição após ter sido designado pelo líder opositor Juan Guaidó.
"Vamos fazer tudo o possível para que o representante de Guaidó tenha assento na OEA", disse à imprensa Trujillo, que hoje assumiu a presidência do Conselho Permanente da OEA, o que lhe dá maior capacidade para decidir quais projetos são submetidos a votação.
Perguntado sobre quando Tarre será reconhecido, Trujillo se limitou a dizer que espera que seja "o mais rápido possível".
O diplomata não explicou se tem a intenção de promover esse reconhecimento antes de 27 de abril.
A data é o limite para a saída Venezuela da organização, já que marca o fim do prazo de dois anos desde que o governo de Nicolás Maduro pediu para que o país deixasse o bloco.
Os EUA é consideram essa medida de Maduro não tem nenhum efeito. Em 22 de janeiro, a Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela oposição, decidiu garantir a permanência do país na OEA.
Atualmente, os EUA estão apoiando uma resolução para permitir que Tarre tome posse como embaixador, após ter sido designado no último dia 22 de janeiro como "representante especial" de Guaidó na organização.
Para ser aprovada, essa resolução precisa do aval de 18 dos 35 membros da OEA (Cuba pertence à organização, mas não participa dela desde 1962).
Perguntado sobre se os EUA têm esses 18 votos, Trujillo disse que "muitos amigos estão bastante interessados no tema da Venezuela, há alguns que não reconheceram Guaidó, mas sabem que o que está acontecendo na Venezuela é inaceitável".
Segundo o embaixador americano, se essa resolução for aprovada, depois seria necessário ratificá-la na Assembleia Geral da OEA, o fórum político mais importante da organização, composta pelos chanceleres dos Estados membros e que terá sua próxima reunião em Medellín (Colômbia) entre 26 e 28 de junho.
Essas ações serviriam para aumentar a pressão sobre Maduro e também para legitimar Guaidó em nível internacional.