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EUA despencam e Brasil sobe em ranking global de atração de talentos

Global Talent Competitiveness Index (GTCI) foi divulgado nesta quarta-feira; veja o Top 20

Universidade Columbia, em Nova York, EUA: país se tornou menos atrativo a estrangeiros (Leandro Fonseca/Exame)

Universidade Columbia, em Nova York, EUA: país se tornou menos atrativo a estrangeiros (Leandro Fonseca/Exame)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 06h30.

Os Estados Unidos tiveram uma forte queda no ranking Global Talent Competitiveness Index (GTCI), que mede a capacidade dos países de atrair e reter talentos. Ao mesmo tempo, o Brasil teve um ligeiro avanço, de 69º para 68º lugar.

O país ocupava a terceira posição na última edição do ranking, de 2023. Na versão atual, divulgada nesta quarta-feira, 26, e obtida de forma antecipada pela EXAME, os americanos ficaram em nono lugar.

Neste ano, o presidente Donald Trump endureceu as regras de imigração e pressionou universidades de renome a reduzirem suas ações a favor da inclusão de minorias.

O ranking GTCI avalia 135 economias e é baseado em 77 indicadores, como soft skills e concentração de talentos em IA, em seis dimensões: capacitar, atrair, desenvolver, reter, habilidades vocacionais e técnicas e habilidades adaptativas generalistas.

A edição deste ano tem como tema Resiliência na Era da Disrupção. “A verdadeira resiliência em talentos consiste em transformar a adversidade em um catalisador para a inovação, a adaptabilidade e em um propósito renovado”, afirma Felipe Monteiro, diretor acadêmico do GTCI e professor de estratégia no Insead, uma escola de negócios da França.

“Resiliência significa aprender a seguir em frente, não apenas a se recuperar dos inevitáveis ​​choques e crises", diz Monteiro.

Singapura venceu

O país melhor colocado no ranking foi Singapura. Segundo um comunicado da organização do ranking, a cidade-Estado se destaca pela "constante evolução de seu sistema educacional e sua abordagem de olhar para frente, para nutrir uma força de trabalho adaptável e direcionada à inovação".

“As economias que cultivam forças de trabalho adaptáveis, multifuncionais e com conhecimento em IA tendem a estar mais bem posicionadas para transformar a disrupção em oportunidade e sustentar a competitividade a longo prazo”, afirma Paul Evans, professor emérito de Comportamento Organizacional do Insead e coeditor do relatório.

“Os resultados deste ano reforçam a ideia de que a competitividade em termos de talentos não depende apenas do nível de renda, mas também da orientação estratégica das políticas públicas, da qualidade institucional e da mobilização eficaz dos recursos humanos.”

No topo do ranking, depois de Singapura, estão vários países europeus, como Suíça, Dinamarca e Finlândia. Veja a lista a seguir:

1. Singapura
2. Suíça
3. Dinamarca
4. Finlândia
5. Suécia
6. Holanda
7. Noruega
8. Luxemburgo
9. Estados Unidos
10. Austrália
11. Irlanda
12. Reino Unido
13. Islândia
14. Canadá
15. Bélgica
16. Áustria
17. Alemanha
18. Nova Zelândia
19. França
20. República Tcheca

Posição do Brasil

Já o Brasil passou do 69º para o 68º lugar, no mesmo período. Apesar da ligeira melhora, o país teve uma queda forte na comparação com 2015. Há dez anos, o Brasil estava em 49º lugar.

Segundo o estudo, o Brasil tem melhores resultados em
acesso a oportunidades de crescimento, e abertura interna.

"Ainda assim, mais poderia ser feito para melhorar o desempenho da economia em cenário empresarial e trabalhista, abertura externa e cenário regulatório", afirma o estudo.

Na comparação regional, o país ficou em quinto lugar na América Latina. Entre os membros do Brics, o país ficou atrás de Rússia e China, mesmo com a China também tendo queda. O país asiático caiu de 40º para 53º lugar, por conta de um clima menos favorável no mercado de trabalho e no ambiente de negócios.

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