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EUA descartam mudar escudo antimísseis na Europa apesar de advertência russa

Porta-voz do Pentágono, o capitão John Kirby, negou que o escudo antimísseis seja uma "ameaça" para a segurança da Rússia

O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou hoje que ordenou ao Ministério da Defesa o desenvolvimento "imediato" de um radar de alerta adiantado contra mísseis no enclave báltico de Kaliningrado (Dmitry Kostyukov/AFP)

O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou hoje que ordenou ao Ministério da Defesa o desenvolvimento "imediato" de um radar de alerta adiantado contra mísseis no enclave báltico de Kaliningrado (Dmitry Kostyukov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 18h44.

Washington - O governo dos Estados Unidos descartou nesta quarta-feira modificar seus planos sobre o escudo antimísseis na Europa apesar das advertências da Rússia, que anunciou o desenvolvimento de um radar de alerta adiantado sobre ataques com foguetes no enclave báltico de Kaliningrado.

"Não vamos de nenhuma maneira limitar ou mudar nossos planos de desdobramento na Europa", ressaltou em comunicado o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Tommy Vietor.

Por sua parte, um porta-voz do Pentágono, o capitão John Kirby, negou que o escudo antimísseis seja uma "ameaça" para a segurança da Rússia, de acordo com o canal de televisão "Fox".

O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou hoje que ordenou ao Ministério da Defesa o desenvolvimento "imediato" de um radar de alerta adiantado contra mísseis no enclave báltico de Kaliningrado.

Também pediu o reforço de segurança das instalações das forças estratégicas da Rússia que, segundo o Kremlin, poderiam ser ameaçadas pelo novo sistema antimísseis americano na Europa.

O chefe do Kremlin advertiu que, "se todas essas medidas são insuficientes, a Rússia emprazará no sul e no oeste do país sistemas de armamento de ataque modernos que garantam a destruição do componente europeu do sistema antimísseis".

EUA e Otan "não estão dispostos a levar em conta nossa preocupação pela arquitetura da defesa antimísseis europeia", lamentou Medvedev.


"Por múltiplos canais explicamos às autoridades russas que os sistemas de defesa antimísseis que planejamos desenvolver na Europa não são uma ameaça", ressaltou Vietor.

Os EUA "foram abertos e transparentes com a Rússia sobre nossos planos de defesa antimísseis na Europa, que são reflexo de uma crescente ameaça para nossos aliados procedente do Irã que nos comprometemos a dissuadir", frisou o porta-voz governamental.

Além disso, indicou que os EUA seguem acreditando que a "cooperação" com a Rússia sobre defesa antimísseis pode "melhorar a segurança" de ambos países e de seus aliados na Europa.

No último dia 12 de novembro, Medvedev e seu colega americano, Barack Obama, se reuniram no Havaí à margem da cúpula dos 21 sócios membros do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) e voltaram a manifestar suas profundas divergências sobre o escudo antimísseis.

Medvedev disse então que ambos países continuam sua busca de possíveis soluções, mas também que as posturas "continuam muito afastadas".

Além disso, o governo dos EUA anunciou nesta terça-feira que deixará de proporcionar dados à Rússia sobre sua presença militar na Europa e de permitir a inspeção em suas bases, quatro anos depois que Moscou encerrou sua participação no tratado CFE sobre forças convencionais.

Essa medida revela a frustração de Washington perante as fracassadas tentativas de "encontrar uma solução diplomática" à recusa de Moscou a voltar ao pacto, que abandonou em represália ao plano americano sobre o escudo antimísseis na Europa.

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