A porta-voz do departamento de Estado, Jen Psaki: "não é algo que apoiaríamos" (Nicholas Kamm/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 21h09.
Washington - Os Estados Unidos informaram que não apoiarão o projeto de resolução apresentado pelos palestinos para avaliação na ONU, que estabelece prazos para um acordo de paz com Israel, disse a porta-voz do Departamento de Estado americano nesta quinta-feira.
Washington tomou conhecimento do texto do projeto apresentado ao Conselho de Segurança da ONU e "não é algo que apoiaríamos", advertiu a porta-voz, Jen Psaki, em declaração a jornalistas.
"Outros têm a mesma atitude e favorecem mais consultas" perante o Conselho de Segurança, acrescentou Psaki, assegurando que "os palestinos entendem" a objeção de Washington.
Desde a apresentação do projeto de resolução palestino ao Conselho de Segurança, os europeus e a Jordânia se esforçam para alcançar um consenso, mas as negociações levarão tempo, informaram nesta quinta-feira fontes diplomáticas da ONU.
Os diplomatas não esperam que as negociações sobre o projeto culminem antes do fim do ano.
"Isto levará tempo", declarou a embaixadora jordaniana Dina Kawar a jornalistas.
"Não há consenso sobre o texto e, portanto, resta trabalho a fazer", afirmou um diplomata do Conselho. "Nosso objetivo é alcançar um consenso, ter um texto com o qual todos estejam de acordo", acrescentou.
Um diplomata europeu disse, por sua vez, que "continuamos com nosso trabalho para alcançar um texto europeu consensual".
A Jordânia, o único país árabe que integra atualmente o Conselho, apresentou na quarta-feira um texto que reivindica um acordo global de paz com Israel em um prazo de 12 meses e a retirada israelense dos territórios ocupados antes do fim de 2017.
Os palestinos se declaram dispostos, no entanto, a emendá-lo para obter o veto americano. França, Reino Unido e Jordânia se esforçam há semanas para preparar um projeto de resolução aceitável para Washington.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em plena campanha para as eleições antecipadas de 17 de março, rejeitou o que chamou de um ultimato.
O Conselho de Segurança não tomou nenhuma posição sobre o assunto desde 2009.