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EUA defenderão coalizão contra o EI no Oriente Médio

John Kerry, secretário de Estado americano, era esperado no Oriente Médio para uma ofensiva destinada a estabelecer coalizão contra o Estado Islâmico


	John Kerry: EUA pretendem formar uma coalizão de mais de 40 países
 (Pool/AFP)

John Kerry: EUA pretendem formar uma coalizão de mais de 40 países (Pool/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 14h52.

Bagdá - O secretário de Estado americano, John Kerry, era esperado nesta terça-feira no Oriente Médio para uma ofensiva diplomática destinada a estabelecer uma ampla coalizão contra o Estado Islâmico, um dia após a formação de um governo de união no Iraque.

Kerry viaja nesta terça-feira para Amã, de onde seguirá para Jidá, na Arábia Saudita, onde se reunirá com os chefes da diplomacia dos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo e do Iraque, Jordânia, Egito e Turquia.

A reunião acontecerá como parte da promessa do governo dos Estados Unidos de formar uma grande coalizão de mais de 40 países para vencer nos próximos anos os jihadistas do EI, que espalham o terror no Iraque e na Síria, segundo uma fonte do governo egípcio.

O encontro acontecerá após a apresentação, na quarta-feira em Washington, do "plano de ação" do presidente americano Barack Obama contra a organização jihadista, cujos atos bárbaros, incluindo a decapitação dos jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, provocaram o repúdio da comunidade internacional.

Obama falará aos cidadãos às 21h00 locais (22h00 de Brasília) para explicar "a ameaça que o Estado Islâmico representa" e expor seu plano para "enfraquecer e por último destruir o grupo terrorista", indicou a Casa Branca em um comunicado.

Os países da Liga Árabe já defenderam no domingo a determinação de "enfrentar os grupos terroristas", entre eles o EI, que proclamou recentemente um "califado" nos territórios que controla.

O Egito declarou nesta terça-feira que apoia "politicamente" os Estados Unidos na luta contra o terrorismo do EI. Cairo advertiu, no entanto, que qualquer medida de segurança "deve ser adotada sob mandato da ONU e como parte de uma resolução do Conselho de Segurança".

Vários países europeus também declararam apoio à coalizão, incluindo Grã-Bretanha e França, enquanto Israel defendeu uma cooperação entre os países do "mundo livre" para deter e derrotar os jihadistas.

Washington e Teerã satisfeitos

Muitas capitais, incluindo Washington e Teerã, saudaram nesta terça-feira a etapa importante que representa a formação de um novo governo de união em Bagdá pelo primeiro-ministro Haïdar Al-Abadi, que pediu mais uma semana para anunciar os ministros de duas pastas essenciais para a luta contra o EI, a do Interior e a da Defesa.

"Chegou a hora de os líderes iraquianos governarem a nação com a mesma visão e razão que permitiu que formassem este governo", ressaltou Kerry.

O Irã, que teme o avanço dos extremistas sunitas em seu vizinho iraquiano, parabenizou Al-Abadi.

Ao apresentar seu governo no caminho da unidade, Abadi se comprometeu na segunda-feira a resolver as diferenças entre o governo central e a região autônoma do Curdistão iraquiano.

No terreno, os aviões americanos continuam os ataques iniciados há um mês contra posições do EI no norte do Iraque.

Em consequência dos ataques, as forças iraquianas apoiadas por tribos sunitas lançaram na região da província de Al-Anbar, em grande parte controlada pelo EI, uma ofensiva para impedir que os extremistas tomem uma represa vital, a de Haditha.

Estes progressos, além das recentes vitórias no norte do país ao lado dos peshmergas curdos, permitem que o exército recupere a confiança após as derrotas sofridas em junho contra o avanço do EI, incluindo a perda da segunda maior cidade do país, Mossul.

Neste sentido, o Reino Unido anunciou que entregará metralhadoras pesadas às forças curdas que combatem no Iraque.

O carregamento de armas, no valor valor de £ 1,6 milhão (US$ 2,6 milhões, 2 milhões de euros), chegará na quarta-feira ao Iraque, segundo o ministro da Defesa, Michael Fallon.

"As forças curdas continuam significativamente mais mal equipadas que o Estado Islâmico e vamos ajudá-las a se defender, a proteger os cidadãos e a repelir os avanços" dos jihadistas, disse em um comunicado dirigido ao Parlamento o ministro da Defesa.

Na vizinha Síria, país devastado por mais de três anos de guerra, o novo emissário da ONU, Staffan de Mistura, chegou nesta terça-feira a Damasco para sua primeira visita a este país em guerra desde sua nomeação em julho.

Durante sua viagem de três dias a Damasco, De Mistura, que substitui Lakhdar Brahimi, abordará com as autoridades sírias, segundo um jornal, "as perspectivas de uma solução" ao complexo conflito, que deixou mais de 191.000 mortos desde março de 2011.

*Atualizada às 14h52 do dia 09/09/2014

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