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EUA defendem medidas contra Venezuela

O governo dos EUA que a tensão em suas relações com a Venezuela não afetará o processo de normalização de seus laços diplomáticos com Cuba


	Venezuela: sanções contra funcionários venezuelanos e outras medidas foram fortemente criticadas por vários países latino-americanos
 (AFP)

Venezuela: sanções contra funcionários venezuelanos e outras medidas foram fortemente criticadas por vários países latino-americanos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2015 às 20h05.

Washington - O governo dos Estados Unidos garantiu nesta sexta-feira que a tensão em suas relações com a Venezuela não afetará o processo de normalização de seus laços diplomáticos com Cuba e defendeu as medidas "soberanas" tomadas contra funcionários venezuelanos.

"Acreditamos que empreender ações soberanas, relativas ao nosso sistema financeiro, contra aqueles que estão envolvidos com corrupção e na erosão das instituições democráticas, é nosso direito, é uma decisão soberana e a defendemos", disse uma funcionária do alto escalão do Departamento de Estado.

As sanções contra funcionários venezuelanos e outras medidas, como a declaração de "emergência nacional" nos EUA pelo "risco" que representa a situação na Venezuela, foram fortemente criticadas por vários países latino-americanos, entre eles Cuba, que deram seu apoio ao governo de Nicolás Maduro.

"Isso não terá um impacto nas conversas (com Cuba)", cravou a fonte.

O governo cubano, através de um comunicado oficial e de uma carta assinada pelo ex-presidente Fidel Castro, manifestou seu apoio ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, diante das medidas tomadas pelos americanos.

"Obviamente, estamos decepcionados com as declarações de Cuba", disse a funcionária, que, no entanto, acrescentou que os Estados Unidos não ficaram "surpresos" com a postura do governo cubano, porque "é um aliado da Venezuela há bastante tempo".

Estados Unidos e Cuba começarão na próxima segunda-feira, em Havana, sua terceira rodada de negociações para normalizar as relações diplomáticas, após as ocorridas em janeiro e fevereiro.

A secretária de Estado adjunta dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Roberta Jacobson, e a diretora-geral para os Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal, se reunirão em um momento no qual a Venezuela busca o apoio dos outros países do continente para o que considera uma ingerência indevida de Washington.

A reunião em Havana acontecerá dois dias depois da reunião entre os chanceleres da União das Nações Sul-americanas (Unasul) no Equador, que discutirão o conflito diplomático entre EUA e Venezuela, e três dias antes de a Organização dos Estados Americanos (OEA) tratar do mesmo tema em Washington.

"Temos certeza que continuaremos nossas conversas com a funcionária cubana sobre nossa relação bilateral de uma forma profissional, cortês e respeitosa, e que as mesmas não serão muito afetadas pelo que pode acontecer na reunião da Unasul sobre a Venezuela", opinou a funcionária americana.

"Não estamos muito preocupados com isso, esperamos poder continuar tendo esse diálogo independentemente do que aconteça nessa reunião", acrescentou.

As relações entre Washington e Caracas, cada vez mais turbulentas desde que os países ficaram sem embaixadores em 2010, se agravaram depois que Obama declarou "emergência nacional" pelo "risco" que a situação na Venezuela representa para seu país e decidiu impor sanções contra sete funcionários venezuelanos.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de "aberrantes" e "ilegais" as medidas dos americanos contra seu país.

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