Mundo

EUA criticam "retórica" antimuçulmana na Europa e Ásia

Os Estados Unidos deram destaque especial às medidas sobre a vestimenta religiosa


	Muçulmanas: a Coreia do Norte aparece de novo com uma das principais preocupações, já que o relatório afirma que a "genuína liberdade religiosa não existe".
 (Getty Images)

Muçulmanas: a Coreia do Norte aparece de novo com uma das principais preocupações, já que o relatório afirma que a "genuína liberdade religiosa não existe". (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2013 às 16h53.

Washington - Os Estados Unidos denunciaram nesta segunda-feira a crescente "retórica" antimuçulmana na Europa e na Ásia com o aumento das restrições governamentais, e voltou a criticar por outro lado a repressão religiosa no Irã, China e Coreia do Sul, em seu relatório anual sobre a liberdade religiosa.

"Restrições governamentais, que frequentemente coincidem com ressentimento social, tiveram como consequência medidas que afetaram a vida diária de vários crentes", afirma o relatório divulgado nesta segunda-feira pelo Departamento de Estado dos EUA.

Entre as restrições, o país mencionou a recente legislação que proibiu o uso da burka na Bélgica no ano passado e a perseguição contra grupos minoritárias do Islã em países como Índia, Árabia Saudita e Paquistão.

Os Estados Unidos deram destaque especial às medidas sobre a vestimenta religiosa, que "continuam como um problema, com as mulheres muçulamanas encarando crescentes restrições ao uso do véu nas escolas e lugares públicos".

Por outro lado, em escala global e como foco de preocupação, Washington volta a apontar para a China, cujo Governo "enfatizou" durante 2012 "o controle sobre a religião e restringiu as atividades dos que a praticam quando estes são vistos como uma ameaça para o estado e para o Partido Comunista Chinês".

"O respeito pela liberdade religiosa declinou durante o último ano, especialmente nas áreas do Tibete e na região autônoma de Uigur do Xinjiang", acrescentou com relação às políticas de Pequim.


Além disso, o país destacou os "crescentes" relatos de acusações no Irã contra minorias étnicas e religiosas por "propaganda anti-islâmica e crimes contra a segurança nacional".

Neste sentido, o relatório ressalta "que as detenções e fustigações contra membros destas minorias religiosas aumentaram de maneira significativa" no Irã.

A Coreia do Norte aparece de novo com uma das principais preocupações, já que o relatório afirma que a "genuína liberdade religiosa não existe" e que o Governo continuou "restringindo gravemente" as atividades religiosas, exceto "as reconhecidas oficialmente".

Por outro lado, o relatório anual dos Estados Unidos denunciou como elemento de "grande preocupação" as expressões de antissemitismo por líderes religiosos e políticos nos meios de comunicação, "particularmente na Venezuela, Egito e Irã".

O secretário de Estado, John Kerry, na entrevista coletiva de apresentação do relatório, qualificou esta como "uma das preocupantes tendências identificadas" e anunciou a designação de Ira Forman como enviado especial para vigiar e combater o antissemitismo.

Kerry afirmou que "quando os países atacam a liberdade religiosa, não somente ameaçam injustamente estes praticantes, também ameaçam a própria estabilidade do país".

O Departamento de Estado publica anualmente este relatório, no qual repassa a situação das comunidades religiosas no mundo levando em conta a perseguição e a discriminação que sofrem ou as iniciativas e leis desenvolvidas por seus Governos. 

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)EuropaMuçulmanosPaíses ricos

Mais de Mundo

Trump diz que Putin está 'brincando com fogo' em meio aos esforços pela paz na Ucrânia

Trump pausa novas entrevistas para visto de estudantes e avalia triagem em redes, diz site

Trump se dispõe a cancelar todas as verbas federais destinadas a Harvard

Imagens revelam como lançamento do maior navio de guerra da Coreia do Norte virou vexame militar