Palestinos trabalham no assentamento de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental: quase 340.000 israelenses vivem nas colônias da Cisjordânia ocupada (AFP/Ahmad Gharabli)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 19h57.
Washington - Os Estados Unidos criticaram nesta terça-feira os planos de Israel de construir quase 5 mil novas residências em Jerusalém Oriental, destacando que os projetos "contrariam a causa da paz".
"Estamos profundamente decepcionados com a insistência de Israel em seguir com este padrão de ação provocativa", disse a porta-voz do departamento de Estado, Victoria Nuland, ao comentar o tema.
"Os dirigentes de Israel alegam permanentemente que apoiam a coexistência de dois Estados - um judeu e outro palestino - como solução para o conflito, mas este tipo de ação (colonizadora) coloca em risco tal objetivo".
As autoridades municipais de Jerusalém examinaram esta semana quatro projetos de construção de residências nos bairros de Givat HaMatos e Gilo, segundo as organizações não governamentais Peace Now e Terrestrial Jerusalém, que combatem a expansão das colônias judaicas em Jerusalém Oriental.
O debate sobre estes projetos ocorre após Israel dar o sinal verde, na segunda-feira, para a construção de 1.500 residências no bairro de Ramat Shlomo, em Jerusalém Oriental, decisão que provocou fortes críticas dos Estados Unidos.
Os planos de assentamentos divulgados esta semana se concentram no setor sul de Jerusalém, próximo à cidade de Belém.
"Estamos preocupados com as ações que ocorreram nas últimas 24 horas e com a aceleração constante" dos projetos de novas colônias, assinalou Nuland.
"Não estamos em um bom ciclo. Temos que romper isto, acabar com os atos de provocação e fazer com que as partes voltem a se sentar à mesa de negociações", disse a porta-voz, referindo-se às conversações entre palestinos e israelenses, interrompidas há dois anos. "Não é fácil".
"Jerusalém é reclamada tanto por Israel como pelos palestinos, que a consideram a capital de seu futuro Estado, e esta é uma das questões centrais das negociações de paz".
Israel considera Jerusalém sua capital "única e indivisível". Mas para a comunidade internacional, a ocupação e anexação de Jerusalém Oriental em 1967 é ilegal
Quase 340.000 israelenses vivem nas colônias da Cisjordânia ocupada. Outros 200.000 moram em bairros de colonização em Jerusalém Oriental, onde vivem mais de 270.000 palestinos.