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EUA convoca Conselho de Segurança da ONU para falar de satélite espião da Coreia do Norte

Os norte-coreanos tentaram colocar seu primeiro satélite espião no espaço, mas o propulsor e a carga caíram no mar

Um homem assiste a um monitor de televisão exibindo imagens do líder norte-coreano, Kim Jong Un, na estação ferroviária de Seul, em 31 de maio de 2023.

 (AFP/AFP)

Um homem assiste a um monitor de televisão exibindo imagens do líder norte-coreano, Kim Jong Un, na estação ferroviária de Seul, em 31 de maio de 2023. (AFP/AFP)

Publicado em 2 de junho de 2023 às 07h38.

Última atualização em 2 de junho de 2023 às 08h01.

Os Estados Unidos convocaram nesta sexta-feira, 2, uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a tentativa de lançamento de satélite espião da Coreia do Norte nesta semana.

O porta-voz da missão dos EUA nas Nações Unidas, Nate Evans, disse que o país convocou uma reunião aberta sobre o lançamento, o que significa que os procedimentos serão transmitidos ao vivo.

Os norte-coreanos tentaram colocar seu primeiro satélite espião no espaço, mas o propulsor e a carga caíram no mar. O lançamento resultou em alerta de emergência na Coreia do Sul e no Japão.

Seul divulgou imagens dos destroços do satélite e do lançador, que a Coreia do Sul afirma ter recuperado no Mar Amarelo, a 200 km da ilha de Eocheong. As imagens mostram uma grande estrutura metálica em forma de cilindro com alguns tubos e cabos na extremidade.

O governo americano condenou o lançamento e disse que a Coreia do Norte utilizou a tecnologia de mísseis balísticos, algo que viola resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Washington afirmou que a Coreia do Norte "aumenta as tensões" na região.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu à Coreia do Norte o "fim de tais atos" e o retorno à mesa de negociações. "Qualquer lançamento com tecnologia de mísseis balísticos é contrário às resoluções do Conselho de Segurança", afirmou em um comunicado.

Ontem, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse em Tóquio que "os programas nucleares e de mísseis perigosos e desestabilizadores da Coreia do Norte ameaçam a paz e a estabilidade na região".

Como foguetes de longo alcance e lançadores espaciais compartilham a mesma tecnologia, os analistas acreditam que o desenvolvimento da capacidade de colocar um satélite em órbita daria a Pyongyang a cobertura para testar mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) proibidos.

Coreia do Norte promete nova tentativa

Após o fracasso do lançamento, Kim Yo Jong, irmã do líder Kim Jong Un, afirmou que o país lofo colocará um satélite espião militar no espaço e prometeu que Pyongyang aumentará sua capacidade de vigilância militar.

A Coreia do Norte havia sinalizado que seu primeiro satélite de reconhecimento militar seria lançado em junho. Mas Pyongyang disse ao governo japonês e à Organização Marítima Internacional que um lançamento poderia ocorrer entre 31 de maio e 11 de junho. O líder norte-coreano, Kim Jong Un, disse que a tecnologia de satélite espião é necessária para monitorar as atividades militares dos EUA e de seus aliados.

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