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EUA consideram ataques aéreos e podem cooperar com Irã

País não descartou cooperar com o Irã para ajudar o governo do Iraque depois que de surto de ataques de insurgentes islâmicos sunitas

Voluntários que se juntaram ao exército do Iraque na luta contra militantes sunitas (Thaier al-Sudani/Reuters)

Voluntários que se juntaram ao exército do Iraque na luta contra militantes sunitas (Thaier al-Sudani/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2014 às 12h49.

Mossul/Washington - Os Estados Unidos disseram que podem lançar ataques aéreos e não descartaram cooperar com o Irã para ajudar o governo do Iraque, depois de um surto de ataques de insurgentes islâmicos sunitas no Iraque que desencadeou acusações de crimes de guerra.

Os militantes do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL, na sigla em português, e Isil, na sigla em inglês) expulsaram o Exército e ocuparam o norte iraquiano na última semana, ameaçando desmembrar o Iraque e desencadear uma guerra sectária total, indiferentes às fronteiras nacionais.

Juntaram-se aos combatentes outros grupos sunitas que se opõem ao que chamam de opressão do primeiro-ministro, Nuri al-Maliki, um xiita.

A Alta Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Navi Pillay, disse que forças aliadas ao Isil quase certamente cometeram crimes de guerra ao executar centenas de não-combatentes no Iraque nos últimos cinco dias.

Uma ação conjunta entre os Estados Unidos e o Irã, seu antigo inimigo, para ajudar a fortalecer seu aliado mútuo em Bagdá seria inédita desde a revolução iraniana de 1979, um sinal de alarme desencadeado pelo avanço relâmpago da insurgência.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, chamou o avanço de “ameaça existencial" para o Iraque. Questionado se os EUA cooperariam com Teerã contra os insurgentes, Kerry declarou ao Yahoo News: "Eu não descartaria nada que fosse construtivo.”

Quanto aos ataques aéreos, “eles não são a resposta completa, mas podem muito bem ser uma das opções importantes”, disse.

“Quando você tem pessoas matando, assassinando nestes massacres, tem que fazer parar. E você faz o que for preciso se precisar parar com isso, do ar ou seja de onde for”.

Washington declarou que, embora possa haver discussões com o Irã, não há planos de ação militar coordenada com o país.

A Grã-Bretanha, aliada norte-americana na guerra de 2003 que depôs o ditador sunita Saddam Hussein, disse ter procurado o Irã nos últimos dias.

Uma autoridade dos EUA disse que reuniões com os iranianos podem acontecer nesta semana nos bastidores das conversas multilaterais sobre seu programa nuclear.

País cuja população é majoritariamente muçulmana xiita, o Irã tem laços com Maliki e com outros políticos xiitas que chegaram ao poder nas eleições apoiadas pelos norte-americanos.

Em Bagdá, Brett McGurk, representante do Departamento de Estado norte-americano no Iraque, e o embaixador dos EUA, Stephen Beecroft, reuniram-se com Maliki nesta segunda-feira, parte do esforço para incitar Maliki a governar de maneira menos sectária.

Segundo eles, o presidente norte-americano, Barack Obama, ainda não decidiu quais exigências políticas apresentará a Maliki.

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