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EUA considera mudar nome de bases que homenageiam escravocratas

Possibilidade ocorre por uma crescente pressão para livrar o país dos monumentos associados à repressão racial em meio a protestos antirracistas

Exército EUA: é improvável que a decisão seja tomada antes da eleição presidencial de novembro (Foto/AFP Photo)

Exército EUA: é improvável que a decisão seja tomada antes da eleição presidencial de novembro (Foto/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 9 de junho de 2020 às 19h01.

Última atualização em 9 de junho de 2020 às 20h31.

Uma dezena de bases do Exército dos Estados Unidos em homenagem a generais que lutaram com o sul da escravidão durante a Guerra Civil pode ser renomeada, devido à crescente pressão para livrar o país dos monumentos associados à repressão aos afro-americanos.

O Pentágono informou nesta terça-feira que o secretário de Defesa Mark Esper e o secretário do Exército Ryan McCarthy  consideram a ideia, em um momento em que o país experimenta a terceira semana de protestos contra os maus tratos a afro-americanos desencadeados pela morte de George Floyd nas mãos de um policial de Minneapolis.

A pressão recai sobre 10 bases que levam os nomes dos generais do sul, o lado que perdeu a Guerra Civil (1861-1865) e  que buscava preservar a escravidão.

As dezenas de bases estão no sul do país e incluem Fort Bragg, na Carolina do Norte; Ford Hood no Texas e Fort Benning na Geórgia, estabelecimentos onde os recrutas são treinados.

Esper e McCarthy "estão abertos à discussão bipartidária", afirmou o Pentágono, exigindo um consenso no Congresso entre democratas, que clamam pela retirada desses nomes, e republicanos relutantes.

É improvável que a decisão seja tomada antes da eleição presidencial de novembro.

"A ironia do treinamento em bases nomeadas para aqueles que pegaram em armas contra os Estados Unidos e o direito de escravizar outro é inevitável para quem presta atenção", escreveu o proeminente general aposentado David Petraeus no The Atlantic."Agora, tardiamente, é hora de prestar muita atenção", acrescentou.

A questão ganhou visibilidade em 2017, depois que nacionalistas brancos e neonazistas se mobilizaram em Charlottesville, Virgínia, para desafiar uma campanha que visava derrubar uma estátua de Robert Lee, o general que liderou as forças confederadas do sul na Guerra Civil.

A imobilidade desses monumentos pode, entretanto, chegar ao fim. O governador da Virgínia, Ralph Northam, anunciou na quinta-feira que uma estátua de Lee em Richmond, capital da Confederação, seria removida.

Na segunda-feira, um juiz bloqueou temporariamente a remoção da estátua, devido a uma ação movida por um morador da Virgínia que defende a manutenção do monumento.

Em outras cidades do sul, os manifestantes demoliram alguns monumentos antigos da Confederação como um símbolo de opressão e escravidão.

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