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EUA conquistam apoio diplomático contra Estado Islâmico

Principais potências mundiais apoiaram medidas militares para ajudar a derrotar os combatentes no Iraque


	Membros do grupo extremista Estado Islâmico (EI): Estados Unidos prepara uma ofensiva contra o grupo
 (AFP)

Membros do grupo extremista Estado Islâmico (EI): Estados Unidos prepara uma ofensiva contra o grupo (AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 18h09.

Paris - As principais potências mundiais apoiaram medidas militares na segunda-feira para ajudar a derrotar os combatentes do Estado Islâmico no Iraque, impulsionando os esforços do governo de Washington para organizar uma coalizão, mas ninguém fez menção ao desafio diplomático ainda mais difícil a ser enfrentado na vizinha Síria.

A França enviou aviões de caça em uma missão de reconhecimento sobre o Iraque, se colocando um passo mais próxima de se tornar o primeiro aliado a se juntar aos Estados Unidos desde que o presidente norte-americano, Barack Obama, declarou seus planos de estabelecer uma coalizão ampla na semana passada.

Paris também recebeu uma conferência internacional entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Estados árabes e europeus, e representantes da União Europeia, da Liga Árabe e das Nações Unidas.

Todos se comprometeram a ajudar o governo de Bagdá a lutar contra os militantes do Estado Islâmico. Mas o comunicado emitido após a conferência desta segunda-feira não fez menção nenhuma à Síria - o outro país onde os combatentes do Estado Islâmico controlam porções do território.

O Iraque teve representantes presentes à conferência de segunda-feira, mas a Síria não, assim como seu principal aliado regional, o Irã.

Obama se comprometeu na semana passada a estabelecer uma coalizão para derrotar os combatentes do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, mergulhando os Estados Unidos em duas guerras civis distintas, nas quais quase todos os países do Oriente Médio têm uma participação.

"Todos os participantes ressaltaram a necessidade urgente de remover o Daesh das regiões nas quais ele se estabeleceu no Iraque", informou um comunicado após as negociações de segunda-feira, que utilizou uma abreviação árabe para o grupo que se autointitula Estado Islâmico.

"Para este objetivo, eles se comprometeram a apoiar o novo governo do Iraque na luta contra o Daesh, de todos os meios possíveis, incluindo assistência militar adequada", dizia o comunicado.

O ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, disse que aeronaves francesas começariam a fazer voos de reconhecimento sobre o Iraque.

Uma autoridade francesa disse que dois caças Rafale e uma aeronave de reabastecimento decolaram na segunda-feira seguindo para o Iraque.

"Os cortadores de garganta do Daesh - é assim que estou me referindo a eles - dizem ao mundo todo 'Ou vocês estão conosco, ou matamos você'. E quando alguém está de frente com esse grupo, não há nenhuma outra atitude, senão se defender", disse Fabius em uma entrevista coletiva após as negociações.

O presidente iraquiano, Fouad Massoum, disse na conferência que esperava que o encontro em Paris trouxesse uma "resposta rápida" ao problema.

"A doutrina do Estado Islâmico é a seguinte: ou você nos apoia, ou te matamos. Eles já cometeram massacres e crimes genocidas, e purificação étnica", disse Massoum às autoridades presentes.

Voto de Confiança

A conferência da segunda-feira foi um importante voto de confiança para o novo governo iraquiano, formado na semana passada e liderado por um membro da maioria xiita do Iraque, o primeiro-ministro Haider al-Abadi, e incluindo também membros das minorias sunitas e curdas em cargos importantes.

Os aliados do Iraque esperam que Abadi se prove um líder mais agregador do que seu antecessor Nuri al-Maliki, um xiita cujo governo alienou uma série de sunitas.

Eles esperam que o novo governo iraquiano irá reconquistar o apoio dos sunitas que apoiaram a revolta do Estado Islâmico.

A conferência mostra ainda que Abadi desfruta da ampla boa vontade internacional, o que significa que Washington deve enfrentar poucos obstáculos para manter seus planos de ataques aéreos contra os combatentes do Estado Islâmico naquele lado da fronteira. A Síria, entretanto, é um caso mais delicado.

Em uma guerra civil que já dura três anos, o Estado Islâmico emergiu como um dos mais poderosos grupos sunitas que combatem o governo do presidente Bashar al-Assad, que é membro de um seita de derivação xiita.

Washington continua hostil a Assad, o que significa que qualquer ataque aéreo em território sírio deve acontecer sem a permissão do governo de Damasco.

A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e apoia Assad, diz que os bombardeios seriam ilegais sem uma resolução do órgão. A Turquia e outros países da região estão cautelosos de que medidas contra o Estado Islâmico possam vir a ajudar Assad.

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