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EUA congelam US$ 65 mi em ajuda para refugiados palestinos

Os EUA prometeram entrar em contato com "todas as partes envolvidas" para debater esse ponto e "examinar reformas nas operações" da agência

Palestina: "É necessário fazer uma reavaliação fundamental da UNRWA" (Suhaib Salem/Reuters)

Palestina: "É necessário fazer uma reavaliação fundamental da UNRWA" (Suhaib Salem/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 21h26.

Washington - Os Estados Unidos comunicaram nesta terça-feira à ONU que congelaram quase a metade do total de sua contribuição à agência que atende os refugiados palestinos, US$ 65 milhões, informou à Agência Efe um funcionário do alto escalão do governo americano.

O Departamento de Estado dos EUA enviou hoje uma carta à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) na qual se comprometia a contribuir com US$ 60 milhões nos próximos dias, mas informava que congelou US$ 65 milhões adicionais à espera "de uma avaliação futura".

"É necessário fazer uma reavaliação fundamental da UNRWA, tanto na maneira em que opera como na maneira em que é financiada", acrescentou o funcionário, que lembrou que os EUA foram o maior contribuidor da agência durante décadas e que nos últimos anos a sua ajuda financeira representou 30% de seu orçamento total.

Os US$ 65 milhões congelados são também quase a metade do total de US$ 125 milhões que os Estados Unidos repassariam à UNRWA em 1º de janeiro deste ano.

Em 2016, segundo os últimos dados divulgados pela ONU, os EUA contribuíram com US$ 152 milhões ao programa da agência, US$ 39 milhões a mais que o segundo maior doador, a União Europeia.

"Como em toda a ONU, não se deveria pedir aos EUA que sejam responsáveis por uma parte desproporcional destes custos. É hora de outros países, alguns deles bastante ricos, fazerem a sua parte para melhorar a segurança e estabilidade regional", argumentou o funcionário do governo americano.

Os EUA prometeram entrar em contato com "todas as partes envolvidas" para debater esse ponto e "examinar reformas nas operações da UNRWA".

"É tempo de uma mudança. Os Estados Unidos continuam comprometidos em ajudar os mais vulneráveis (...). Se há necessidades adicionais urgentes, pedimos a outros para que façam também a sua parte, não só aos mais de 50 países que contribuíram no passado, mas também aos outros que têm os meios e ainda não deram seu apoio", declarou o funcionário.

Antes que se confirmasse esta informação, a ONU admitiu temer a possibilidade de que os Estados Unidos cortassem seu financiamento a uma agência que considera um "importante fator de estabilidade" na região.

"Estamos muito preocupados", afirmou o secretário geral da ONU, António Guterres, em uma entrevista coletiva na qual explicou não ter recebido uma comunicação oficial do congelamento de verbas.

Perguntada a respeito, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, se limitou a dizer que não tinha novas informações a respeito e reiterou que o que o governo americano quer é que "ambas partes" (israelenses e palestinos) "se sentem à mesa para negociar um acordo de paz".

A UNRWA, que começou a funcionar em 1950, atende mais de 4 milhões de refugiados palestinos nos territorios ocupados por Israel na Jordânia, na Síria e no Líbano.

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